sábado, 29 de dezembro de 2007

Balanço


Este ano, contrariando as expectativas, até que foi razoável. Inclusive, aproveito os últimos dias para fazer uma retrospectiva contar os prós e os contras.
Foi um ano de muitas descobertas e muita auto afirmação. Comecei a reacreditar nas coisas - ainda não nas pessoas, mas um pouco mais em mim.
Também foi um ano corrido. Foram quatro visitas ao Rio de Janeiro - 5th on the way, três à Ilha Grande, quatro ao Rio Grande, três a Campinas e duas SPFW.
Nove aviões não caíram comigo dentro.
Conheci muita gente, mas não colecionei muitos contatos. Mesmo assim, fiz novos amigos me afastei de outros, renecontrei alguns, me perdi de muitos, iniciei novos trabalhos, larguei outros.
Evitei de fazer coisas chatas e cuidei mais de mim.
Acabei de falar com uma amiga e gostei de uma coisa que ela me disse.
Talvez 2007 não tenha sido um ano maravilhoso, mas vamos lembrar dele no futuro como um bom ano, um ano de mudanças, de reestruturações, de encontros e de encaminhamentos.
É claro que nenhuma mudança vem sem muita briga e muita luta, então, é claro que foi um ano difícil. Pelo menos para mim.
E que venha 2008! Bom para todo mundo!

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Gringa sai de férias


Todo mundo tem direito a férias, inclusive eu. Portanto, vou aproveitar essa confusão de final de ano para tirar umas férias e mostrar a uns amigos gringos alguns lugares que eu já conheço e quem sabe descobrir coisas novas.
Se alguém também precisar de férias e quiser se juntar a nós, sinta-se convidado. We´ll be on the road from December 21st till February 7th. A data de volta é uma estimativa.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Mezzo mese


Falta meio mês para o ano acabar. E ainda tem tanta coisa para fazer, tantos lugares para visitar. Planos para o Natal, o Ano Novo... Mas e o próximo fim de semana?
Meio mês para o fim do ano.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Ressaca



Temos que arcar com as conseqüências dos nossos atos, they say. Um dia, em alguma hora, vamos pagar por aquilo que fizemos.
E se tenho que pagar, que seja logo, sem juros!
É assim que vem a ressaca da balada. Bebendo ou não bebendo, não faz diferença. No calor dos trópicos ou no clima temperado. Se você sai quando o sol nasce ou quando está nevando. Não importa.
O dia seguinte é sempre o dia seguinte. Não dá vontade de levantar da cama. O cheiro no cabelo e nas roupas é insuportável. O gosto de cabo de guarda chuva é terrível.
Mas, para mim, a pior parte é ficar com o piiiiiiiiiiiii na orelha o dia todo. Parece que é da televisão ou do computador, ou de qualquer aparelho eletrônico que esteja por perto.
E você não consegue pará-lo. E ele fica lá, seu companheiro, até que você não dê mais atenção a ele e de repente ele não está mais lá. Para onde ele vai? Acho que vai se esconder na próxima balada, seja lá onde for.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Situações Bizarras e Manias


Ontem, resolvi caminhar de volta para casa. A caminhada foi muito prazeirosa, porém, no caminho de onde eu estava para minha casa existe um viaduto para ser atravessado.
No entanto, eu particularmente tenho algum problema com este viaduto, porque eu não o atravesso a pé de jeito nenhum!
Então, parei no ponto de ônibus esperei que chegasse o ônibus que poderia me deixar na porta de casa, mas este resolveu não dar as caras por uns 15 minutos.
Decidi, então, pegar qualquer ônibus só para e atravessar a ponte.
O problema é que eu não vou contar toda essa história de problema com o viaduto para o motorista, então, entrei, paguei, passei a catraca e fui para perto da porta de saída.
Imediatamente quando subimos na ponte, apertei o botão sinalizando que desceria no próximo ponto.
Todavia, o motorista, vendo que era eu que desceria, um ponto depois de subir, imaginou que não poderia ser verdade e passou direto. Por muita sorte, o sinal ficou vermelho e ele teve que parar no finalzinho do ponto.
Me olhou pelo espelho e eu olhei de volta, com a minha melhor expressão de interrogação.
Daí, ele perguntou:
-Você quer descer aqui?!?!?
E eu respondi:
-Sim.
Ele me fitou com uma cara de "o médico deve ter mandado não contrariar", abriu a porta e eu desci, rolando de rir até chegar em casa.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Statement


Oficialmente, estou com os pés em terras tupiniquins por mais de um ano. I have to leave!

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Embromation


Hoje aprendi minha primeira frase em papiamento. Para quem não sabe, papiamento é a língua falada nas Antilhas Holandesas e no Suriname. Também sei falar uma palavra ou frase em russo, creole haitiano, turco, japonês, suiço alemão, norueguês, africaans, dinamarquês, sueco, urdu... Hmmm, são tantas línguas no mundo que nem sei se isso é uma amostra significativa. Ainda conheço um pouco mais, mas, bem pouco - assim, eu diria que não morro de fome - de alemão e árabe e consigo sobreviver em holandês. Falo mesmo castellano - ou portunhol, como preferir - italiano, français, English e português.
Um dos meus maiores interesses é mesmo aprender línguas. Acho demais saber de onde vêm as coisas que dizemos, porque as palavras são formadas desta ou daquela maneira... Saber que existe sim diferença entre suiço alemão, alemão austríaco e alemão da Alemanha. Ou que quando o filme Les Invasions Barbares saiu na França, mesmo sendo em francês, teve legenda, porque era do Canadá e muita gente não conseguia entender.
Que o soixante-dix e quatre-vingt-dix só exitem na França e que na Suiça e na Bélgica você se sai muito melhor com um septante e um nonante.
Talvez isso não pareça muita coisa, mas quando você começa a conviver no meio de estrangeiros, você percebe que por mais globalizado que o mundo esteja, cada povo luta pela manutenção da sua cultura. E normalmente, isso pode ser percebido por meio das pequenas coisas, como a utilização de palavras que muitas vezes já tem sinônimos mais modernos com semânticas iguais, mas não tem a mesma carga histórica.
Por isso, enquanto eu estiver viva, vou aprender línguas. Nem que seja para saber porque os ingleses dizem lift e os americanos elevator. "Tomeito, Tomato, Poteito, Potato..."

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

La Fatigue


Em viagens, é sempre tudo bom e tudo acaba bem ou mais ou menos, mas as memórias que ficam são sempre as boas.
Nunca me lembro dos últimos momentos das longas escapades, quando a paciência já está curta, a força física já está débil e o cérebro se movimenta por partes.
O corpo todo dói. Dizer qualquer coisa é um esforço impensável. O fim é sempre permeado por grandes silêncios.
Mas mesmo assim, o pensamento corre. Repassa cada momento.
Cada dificuldade superada coloca um risinho no canto da boca. Todos os aprontos, muito bem aprontados, fazem os olhos se voltarem para cima. Como se olhando para cima, pudessemos nos comunicar melhor com nós mesmos.
Nos divertirmos de novo com as experiências - boas ou ruins - que passamos.
E tudo o que era cansaço, se torna nostalgia. E só queremos que tudo aconteça de novo.
E é isso. Vale muito. Com tudo de bom e tudo de ruim - que agora já não me lembro mais. E quero ir de novo. E logo!

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

À bientôt!


O pouco tempo que me resta antes de pegar a estrada fica para registrar que estou de malas prontas, de saída para aproveitar o longo feriado na praia.
Para quem também vai viajar, Bon Voyage!
Para quem fica, Au Revoir!

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Gilbert Keith Chesterton

The whole object of travel is not to set foot on foreign land; it is at last to set foot on one's own country as a foreign land.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Io non ho paura


Medo. Tenho medo de muitas coisas, mas não tenho medo do desconhecido. Sempre ou quase sempre viajo sozinha. E nunca tive medo. No avião também, sempre viajei muito serena.
Mas tem gente que diz que não teria coragem de viajar sozinha e outras pessoas que têm muito medo de avião.
Essa história de viajar sozinho não entendo bem o porquê do medo. Já passei por situações pazzesche, já fui a lugares sem conhecer ninguém, sem ter lugar para dormir, com o espírito mochileiro mesmo - se tivesse que passar a noite num parque ou numa estação de trem, tant pis - mas tive a sorte de nunca ter estado em nenhum grande perigo.
A verdade é que eu nunca me aperto. Tudo bem que nunca fui a lugar nenhum onde se falasse uma língua muito diferente (se bem que: o que seria uma língua muito diferente?), nem a nenhum lugar com uma cultura que fosse muito sexista ou excludente, ao menos em relação a mim. Mas se eu precisar, aprendo meia dúzia de palavras, acho alguém com quem seja possível me comunicar, me viro e não tenho que dormir ao relento.
Isso também fez parte de um desafio que fiz a mim mesma, de tentar não deixar tudo acertadinho antes. O único problema é que eu fiquei viciada em não planejar e agora não consigo marcar nada nem para hoje à noite!
Agora, o medo de avião, eu também não entendia. Mas entendo que é uma coisa irracional. Não tem realmente um porquê. Nunca tive medo de avião. Duas amigas minhas tomam remédios para enfrentar a situação. Uma vez eu tentei tomar o remédio que uma delas toma para relaxar no vôo e o resultado foi que eu dormi mais de 36 horas seguidas. Fiquei completamente dopada.
Já peguei turbulências menores, aquelas caídas de 100m que o avião dá por conta da mudança de temperaturas e massas de ar do lado de fora, mas nunca senti medo mesmo até minha viagem para Porto Alegre em julho.
Por algum motivo, os céus estavam mais arredios. Meu vôo de ida e o de volta foram bastante turbulentos, a ponto de me incomodar e eu não me sentir bem. Isso tudo aconteceu antes do acidente da TAM. Cheguei em São Paulo um dia antes. Mas o céu já não estava pra peixe. Ou melhor, para os aviões.
E parece que a maré anda bem ruim ainda. Mas não deixo de voar. E você?

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Jean Paul Sartre

Je suis condamné à exister pour toujours par delà mon essence, par delà les mobiles et les motifs de mon acte: je suis condamné à être libre. Cela signifie qu'on ne saurait trouver à ma liberté d'autres limites qu'elle-même ou, si l'on préfère, que nous ne sommes pas libres de cesser d'être libres.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

The World I Know By Night Part I


Paris, France

São Paulo, Brasil

Venezia, Italia

Edimburgh, Scotland

London, England

Lyon, France

New York, Sept 11th, 2005, USA

Barcelona, España

Bergen, Norge

Bruxelles, Belgique

Buenos Aires, Argentina

Chamonix, France


For The World I Know By Night Part II, click here

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Caos Aéreo Brasileiro


Sempre tive muita sorte em viagens de avião. Apesar de uma ou outra chateação - mala perdida duas vezes, vôo perdido por incêndio numa estação de trem a caminho do aeroporto, mala quebrada quando cheguei no destino - não posso reclamar dos vôos, eles sempre estiveram no horário.
Mas agora, com o sistema aéreo brasileiro em colapso, já tomei chá de cadeira no aeroporto algumas vezes.
Uma delas foi indo e voltando da Argentina. Nos quatro vôos que peguei na dita semana, nenhum esteve no horário.
O primeiro atrasou três horas. O segundo, um pouco mais. O terceiro só atrasou uma hora, o que praticamente nem é atraso. Agora, sair da Argentina no final foi uma epopéia. Todos embarcados, prontos para decolar, mas nada acontecia. Meia-hora depois todos foram desembarcados.
O aeroporto estava lotado, não havia mais comida nem bebida, então tive que fazer o superesforço de me alimentar dos Alfajores Habana que eram vendidos no Free Shop. Mais de cinco horas se passaram e espaço aéreo de Curitiba continuava fechado.
Imagino que o piloto conseguiu traçar uma nova rota, porque o tempo de vôo foi muito maior do que deveria. Praticamente, tirei um dia inteiro para viajar. Uma viagem que eu poderia ter feito em 2h30. Revoltante!
Pouco tempo depois, resolvi pegar uma ponte aérea. Isso, antes do último acidente.
Três horas depois de esperar no Santos Dumont, fomos levados para o Tom Jobim de maneira superdesorganizada e quando chegamos lá, quase perdemos o vôo, porque nos esqueceram por um tempo.
A última vez foi num domingo, não muito não muito tempo atrás. Fui novamente vítima do caos aéreo. Estava em Porto Alegre, já embarcada no avião e a informação que nos foi dada foi a seguinte: não havia previsão de decolagem, porque os espaços aéreos de Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro estavam fechados e que o piloto não se responsabilizava por nada. Ninguém poderia desembarcar, a custo de perder a passagem.
"A decisão é de vocês", disse o comandante.
Bastou isso para transportar o caos do espaço aéreo para dentro do avião. A verdade é que ninguém entendeu nada daquilo que o piloto quis dizer e, venhamos e convenhamos, como pode ele querer se isentar de qualquer responsabilidade, uma vez que ele representa a companhia aérea para quem está trabalhando?
Se isso já não fosse suficiente, tivemos que mudar o pouso do vôo para Guarulhos - inicialmente era em Congonhas, mas com o atraso, o aeroporto já estaria fechado. O transporte para Congonhas por solo, onde deveríamos ser deixados, de acordo com as nossas passagens foi superdesorganizado. E de novo, uma viagem que poderia ter terminado 1h30 depois de começar, durou mais de cinco horas.
Será que agora que a Copa de 2014 vai ser no Brasil alguém vai fazer alguma coisa a respeito?

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

All Hallow's Evening


Hoje é dia das Bruxas. Diz-se que o Halloween foi iniciado na Irlanda e na Escócia, pelos ceutas e druidas.
Na verdade, tudo começou porque os druidas acreditavam que este é o dia em que os espíritos de todos os tipos estão mais próximos; a linha de separação dos mundos está mais estreita e a comunicação entre eles é mais fácil.
Halloween is a contraction of its original name, All Hallow's Evening. In other words, it is the day before All Hallow's Day, now commonly called the Feast of All Saints, November 1st. The eve before, the unclean spirits presumably attempted to get a head start over the saints.
Tradições são fantásticas! Eu não acredito em nada, nada mesmo, mas adoro descobrir o que existe por trás das coisas. Sou uma curiosa infinita.
Existem tantas explicações concretas para cada uma das cerimônias, tantos motivos reais para justificar regras que às vezes parecem absurdas!
Y Yo no creo en las brujas, pero que las hay, las hay!

domingo, 28 de outubro de 2007

Viagens pela sétima arte


Na onda da 31a Mostra Internacional de São Paulo, vou falar de uma das minhas grandes paixões: o cinema. Já mencionei antes que gosto mesmo de viajar com tempo para conhecer os lugares com calma. Assim, tive muito tempo de ir ao cinema e alugar filmes e comprar DVDs para assistir durante meu tempo fora.
E alguns filmes, é claro, marcaram as minhas viagens. Talvez não sejam as melhores lembranças, mas voilà.
Eternal sunshine of the spotless mind eu deveria ter visto na Holanda, mas como era com o Jim Carey, achei que não tinha nada a ver ir assistir na última sexta-feira que eu tinha junto com meu namorado. Ledo engano. Deveria ter ido com ele. Quando cheguei a Paris, uns amigos me convidaram para assistir. Não conseguia parar de chorar. Tive que ir ao cinema assisti-lo de novo depois. Porque o filme é maravilhoso.
Outro filme que vi várias vezes no cinema foi Love, Actually. Em Milão, rodei a cidade atrás dos cinemas e dias em que o filme estava em cartaz em língua original. A grande vantagem desses filmes em língua original é que eles não fazem a paradinha "banheiro-cigarro-refil de pipoca" bem no meio do filme. Nos filmes dublados em italiano, sempre tem a pausa.
Falando nisso, Spiderman foi o primeiro filme que assisti em versão italiana. L'uomo ragno. A pausa no meio da apresentação, para mim, foi muito engraçada.
Em casa, assisti dois filmes em DVD: Le fabuleux destin d'Amelie Poulin e Apocalypse now redux, ambos com legenda em italiano. Do primeiro, acabei fazendo sessões na minha casa de Paris, no ano seguinte, depois de fazer o roteiro Amelie por Montmartre - e descobri que eu já tinha sido vizinha dela! O segundo é, sem dúvida, um dos melhores filmes ever made.
A minha vida em Milão foi muito parecida com L'auberge espagnole, filme que vi em italiano com a minha coinquilina alemã. Tínhamos na parede da cozinha um papel como no filme, por causa do filme, em várias línguas com a frase: "Fulano não está. Poderia ligar mais tarde, por favor?" Tínhamos em inglês, italiano, português, alemão, polonês, francês, suéco, basco, espanhol e argentino (que era bem diferente de espanhol).
Lembro de ter assistido Catch me if you can no dia do meu aniversário. Sorte ter caído numa segunda-feira, que era o dia da língua original no cinema do Duomo.
Outro filme que marcou minhas viagens foi Abril Despedaçado, que eu vi em Paris, na páscoa, com uma amiga. Lembro exatamente de nós duas saíndo do cinema no Odeon. "Este filme é maravilhoso!" Na Champs Elisées, fui assistir Big Fish, mas não consegui. A sala de cinema estava vazia e um cara mala veio sentar do meu lado. Sei lá porque, na hora, não mudei de lugar e o cara ficou puxando papo comigo enquanto eu dizia que não queria conversar, queria assistir ao filme. Foi uma chatisse! E tive que assistir ao filme de novo.
Along came Polly é outro filme que eu assisti duas vezes, mas a segunda foi com o meu namorado na época e um amigo dele que não podia saber que estávamos juntos. O escurinho do cinema, o proibido, a mão que encosta na outra sem querer. É divertidíssimo. Aconselho a experiência!
Os Godfather me foram apresentados também em Paris, em sequência. Um dia todo para ver um seguido do outro.
Na Florida, nos dias de muito calor, em que eu tinha preguiça de fazer qualquer coisa, a não ser ficar em casa no ar condicionado, dois filmes me surpreenderam: A love song for Bobby Long, um filme independente, com John Travolta e Scarlet Johanson e o pitel do Gabriel Macht e Before sunset, que é a segunda parte do Before Sunrise e se passa em Paris! Too many mamories!
New York. Quantos filmes já foram gravados alí? Eu e minha flatmate fizemos o roteiro do You've got mail, depois, é claro de assistir ao filme umas mil vezes. Pegamos o Ferry para Staten Island por causa do How to lose a guy in ten days.O último filme que marcou uma viagem foi Paris, je t'aime. Assisti em Paris e tive a chance de procurar cada cantinho, de explorar cada parte que aparece no filme. As histórias são tão lindas! E os lugares me parecem tão próximos dos que eu passei, dos que eu vivi.
E é assim que os filmes acabam fazendo parte da vida.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

In Vino Veritas


Uma das melhores coisas para se fazer em Paris é tomar vinho nos parques, jardins, pontes, ilhas e à beira do Sena. Por si só, a cidade já é linda, mas certamente o vinho a transforma no lugar mais espetacular do mundo.
E é assim, num fim de tarde, logo após o almoço, depois do jantar sempre existe alguém fazendo um picnic. Às vezes tem também alguma coisinha para beliscar, uns salgadinhos. Mas em geral, o vinho já é o companheiro perfeito. Inclusive, lembrei de uma frase no blog Aguce, de uma amiga.
Mas voltando à França, estamos falando de vinho nacional comprado em qualquer mercadinho por uma merreca, mas bom, sem deixar com dor de cabeça ou ressaca no dia seguinte. Meu preferido é sempre o Bordeaux, o mais seco possível, não importa a temperatura ou o acompanhamento.
Então, decidi fazer o top ten de lugares e horários para tomar vinho em Paris, caso alguém precise de umas dicas. Mas não pense que você será o único a tomar vinho por esses lugares nesses horários. A vantagem é que quando você esquece seu saca-rolhas, sempre tem alguém na área para ajudar, s'il te plaît! Aí vai a lista:

10 - Bois de Boulogne, na hora do almoço

09 - Buttes Chaumont, no final da tarde
08 - Bois de Vincennes, aos domingos, quando tem shows de jazz

07 - Place des Vosges, a tarde

06 - Jardin du Luxembourg, enquanto brilhar o sol
05 - Pont des Arts, no começo da noite

04 - Square du Vert-Galant, anoitecendo

03 - Quai da Île Saint Louis, a qualquer hora

02 - Escadarias de Montmartre, de madrugada
01 - Champs de Mars , durante todo o dia, mas especialmente à noite, com a Torre Eiffel brilhando de hora em hora.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

I Still Haven't Found What I'm Looking For

U2
I have climbed the highest mountains
I have run through the fields
Only to be with you
Only to be with you

I have run I have crawled
I have scaled
these city walls
these city walls
Only to be with you
But I still haven't found
What I'm looking for
But I still haven't found
What I'm looking for

I have kissed honey lips
Felt the healing in her fingertips
It burned like fire
This burning desire

I have spoke with the tongue of angels
I have held the hand of the devil
It was warm in the night
I was cold as a stone
But I still haven't found
What I'm looking for
But I still haven't found
What I'm looking for

I believe in the Kingdom Come
Then all the colours will
bleed into one
bleed into one
But yes I'm still running

You broke the bonds and you loosed the chains
You carried the cross
And my shame
And my shame
You know I believe it
But I still haven't found
What I'm looking for
But I still haven't found
What I'm looking for

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Fristaden Christiania


Nas minhas memórias, certamente Copenhagen tem um espaço importante. É claro que não como Paris ou Amsterdam, mas é um lugar especial. Cheia de água por todos os lados.
A estátua da Pequena Sereia da história de Hans Christian Andersen no Øresund, que por sinal, de vez em sempre não está por lá, porque é constantemente vandalizada. Inclusive quando eu fui, a haviam explodido da pedra e de acordo com o marinheiro do barco que peguei, os salva-vidas estavam tentando resgatá-la do fundo do mar.
O clima monárquico é envolvente. Tudo é tão lindo! As pessoas são simpáticas. Des bonnes memoires!
Fiquei na casa de um amigo quando fui para lá, ele e os amigos fizeram um prato típico dinamarquês para mim.
Depois a mãe dele me convidou para jantar na casa dela um outro dia. Também fez questão de me levar para passear na cidade enquanto meu amigo trabalhava. (Nos encontramos de novo em Paris no ano passado.)
Fomos para o centro de Copenhagen na parte da tarde e caminhando acabamos chegando num lugar com uma entrada e a seguinte frase:

You're leaving the European Community and entering the free state of Chistiania.

Que lugar era aquele? Um estado livre, no meio de uma cidade? Que loucura!

A Cidade Livre de Christiania é uma comunidade independente e autogestora, semi-legal criada em 1971, por hippies, anarquistas, artistas e músicos em Copenhagen.
fonte: Wikipedia


Entrei no lugar, com a mãe do meu amigo, e começamos a passear, olhar os lugares, restaurantes, fomos tomar um café, comemos nozes carameladas, e passeamos pela feirinha hippie, onde além de havaianas caríssimas vendidas por um português, também oferecia maconha de todas as partes do planeta. De todas as cores, cheiros e formas. E acessórios para a utilização de qualquer outro narcótico. É impressionante!
Amo Amsterdam, mas nada se compara a Christiania. E olha que eu nem uso nada, então, pra mim, isso não vale nada. É a liberdade que me chama. Não quero fazer, quero saber que eu posso fazer.
A mãe do meu amigo me perguntou se fiquei impressionada de ver tantas drogas, assim à disposição, mas a única coisa que pensei naquele momento foi que lá não existia tráfico. Fantástico!
Já se vão alguns anos que eu fui parar lá e nesse meio tempo já reencontrei meu amigo e conheci outros dinamarqueses. As notícias que tenho de Christiania é que o lugar está sendo controlado, porque a violência aumentou e o ideal do lugar tem diminuido. Isso me entristece muito, mas c'est la vie! Se alguém tiver notícias de lá, por favor, informações são bem vindas!

terça-feira, 23 de outubro de 2007

The long and winding road


Não é novidade para ninguém que eu amo viajar. Mas tem vezes que, vou te contar!
Qual foi a viagem mais longa que você já fez na vida? Eu já fiz algumas. Umas porque realmente o tempo era realmente utilizado para a conclusão da viagem e outras só porque parece que o tempo não passa.
Eu diria que o maior tempo que eu passei viajando seguido foi em 1995, num ônibus da rodoviária do Tietê para a capital das Alagoas. A viagem que tomaria apenas 40 horas da minha vida acabou levando umas horas de bônus. Não tinha ônibus leito, então fomos de convencional mesmo. Que loucura!
Uma parada a cada duas horas. Primeira manhã, aquela gente toda fazendo fila para tomar banho no banheiro de uma rodoviária em uma das cidades no caminho, as baratas passando nas quinas das paredes e eu sobrevivendo de salgadinhos daqueles que vêm lacrados e refrigerante com canudinho. Para escovar os dentes, só água mineral, na garrafinha mesmo. Confesso que fiquei mesmo sem tomar banho durante a viagem.
Na noite seguinte, o ônibus quebrou. Se não me engano, estávamos em algum lugar no interior da Bahia. E dessa parte eu lembro bem. Nós, sentados em cima das malas, junto com todo mundo, esperando para ver que solução eles dariam ao problema.
Depois de seis horas, chegou um novo ônibus - aparentemente a situação foi complicada mesmo - e logo reembarcamos, para continuar nossa jornada.
Em algum lugar de Sergipe, com o sol a pino, numa parada no meio da estrada entou o vendedor de jaca e doce de jaca. Nossa, já não bastava o enjôo de comer salgadinho durante toda a viagem, o homem entra no ônibus com meia jaca. Uma jaca aberta! Quem conhece o cheiro de jaca pode bem imaginar o que era aquilo, dentro do ônibus em que as pessoas estavam viajando há mais de um dia e meio, o sol fritando e o cheiro se espalhando.
As últimas horas foram difíceis. O corpo cansado, o estômago virado e o calor insuportável não colaboraram muito. Mas finalmente chegamos. E depois de um bom banho, fomos dar uma olhada na praia ao lado.
E foi nesse momento que tudo valeu. Quando a brisa me trouxe o cheiro do mar.
Ás vezes a vida é assim. A gente pega o ônibus, tem que dormir na cadeira ruim, atrasa para chegar, promete para si mesmo que se tiver que ser assim, não será e basta um minuto para apagar todos os momentos ruins e deixar a gente no ar.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Time is on my side, yes it is


Viajar é bom demais! Mesmo que seja a trabalho. Mas melhor ainda é viajar para descansar e aproveitar. Não vejo a hora de ter dois dias seguidos de paz e calmaria. Não sem nada para fazer, porque o ócio é quase tão insuportável quanto o excesso.
O bom mesmo é ter tempo para fazer as coisas no seu ritmo. Conhecer os lugares com calma para ver cada coisa, pisar em cada centímetro do chão, viver um pouco a vida que as pessoas vivem no lugar.
Estar o máximo de tempo em cada lugar, para ver o que acontece, conhecer les entourages aprender a se virar sem precisar de mapa, saber que em todo último domingo do mês os museus são de graça...
É muito diferente do que ir viajar e simplesmente pegar o guia, abrir na página um e começar a segui-lo sem muito tempo para observar, entender, descobrir, saber se gosta ou não gosta.
Quais são as coisas mais importantes que você tem que ver em cada lugar? Depende. Quem é você? Do que você gosta? Por que você quer ver isso ou aquilo? Conheceu alguém que vive no lugar e é capaz de mostrar muito mais do que qualquer guia pode te informar? São perguntas às vezes mais relevantes do que o lugar onde você está.
Procure responder a essas perguntas antes de sair por aí. E tenho certeza de que as viagens serão muito mais bem aproveitadas com tempo!

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Edgar Allan Poe

Those who dream by day are cognizant of many things which escape those who dream only by night

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Tema e Variações

Manuel Bandeira

Sonhei ter sonhado
Que havia sonhado.
Em sonho lembrei-me
De um sonho passado:
O de ter sonhado
Que estava sonhando.
Sonhei ter sonhado...
Ter sonhado o quê?
Que havia sonhado
Estar com você.
Estar? Ter estado,
Que é tempo pasado.
Um sonho presente
Um dia sonhei.
Chorei de repente,
Pois vi, despertado,
Que tinha sonhado.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Open You Mind


Ser turista ou morar em outro país não é a mesma coisa que mudar de casa. É também se adaptar à cultura, vivenciar o novo, ver outras formas de fazer as mesmas coisas ou mesmo aprender novos hábitos.
Infelizmente, nem todos os aliens conseguem entrar neste nível de absorção da realidade que os envolve. E é aí que eu me pergunto: Pra que ir tão longe?
Uma vez, em Paris, no Quai andando em direção à Torre Eiffel, ouvimos o comentário mais estúpido possível:
"It´s so big! I never thought they could do something so huge!", uma das meninas de grupo de turistas americanas que caminhava logo em frente espantou-se. Eu e meu namorado na época queríamos nos atirar dentro do rio Sena. Só os americanos sabem fazer grandes coisas? Que vergonha ser turista naquele momento.
Depois, em Londres, enquanto tentava chegar no British Museum, sentada num daqueles ônibus vermelhinhos, me deparei com uma casal que perguntava ao motorista:
"Is this bus going to the British Museum?"
O problema nem foi só a pergunta em si, mas também a altura exagerada e a velocidade reduzida com que a mulher a fez. O marido disse baixinho à esposa:
"Darling, this bus IS going there, it´s written on top of the bus"
Mas ela continuava gritando, como se o motorista não entendesse inglês, afinal de contas, estávamos na Inglaterra e o fato de estar escrito no ônibus que um das paradas era o Museu, aparentemente não significava nada para ela.
Os americanos têm a fama de achar que todos os lugares tem que ser como os Estados Unidos e, ao mesmo tempo, subestimam os outros países.
Vale lembrar que eles não são os únicos. Os brasileiros que vão para os EUA tentar a vida jamais se deixam levar pela cultura americana. Muito pelo contrário. Ganham em dólar, é verdade, mas gastam uma fortuna para comprar, nos mercados brasileiros, o bom e velho (e caro e importado) arroz e feijão. Eu entendo que eles sintam vontade de comer aquela comidinha gostosa e que um dia ou outro façam uma loucura para matar as saudades, mas transformar o lugar onde estão num Mini-Brasil, já é demais!
Pior ainda, são os estrangeiros que vão aos países do antigo "3º Mundo" em busca de turismo sexual! Como se não bastasse o tráfico de mulheres e a imigração ilegal de prostitutas e travestis para os chamados países desenvolvidos, ainda vão à fonte buscar mais possibilidades?
O mundo está cada vez mais xenófobo e agressivo. Não é fácil!
A gente bem sabe que o relacionamento entre os seres humanos é complicado, ainda mais se existe uma barreira cultural, desrespeito e um cero sentimento de superioridade. É preciso muita calma e uma mente aberta.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

De repente


Sou daquelas pessoas que num momento está alí, à toa, e de repente, decide que vai para outro lugar. Há anos faço isso. Algumas pessoas têm certa dificuldade em entender a decisão repentina e outras simplesmente não concebem a falta de planejamento.
Seja lá como for, eu assumo aqui que tenho commitment issues.
Não porque eu não consiga me comprometer com as coisas, mas porque algumas vezes, quando a gente se compromete, acaba aparecendo alguma coisa mais interessante e não podemos nos descompromenter, ao menos se somos pessoas de palavra. Outras vezes, quem dá o cano é a outra parte comprometida, e aí, não tem solução. Detesto me sentir frustrada.
Por isso sou fã da última hora. Odeio esperar. Não gosto muito de planejar as coisas. Se elas têm que acontecer, acontecem. E foi assim que eu fui parar no Rio na semana passada, acabei num Maracanã lotado para ver o Fla X Flu, foi assim que fui para a Bélgica terminar um dos grandes amores da minha vida e foi assim até que eu vim ao mundo - nasci de oito meses, num sábado de carnaval, três dias depois de o médico ter dito que só nasceria dalí a um mês.
É quando a gente menos espera que o inesperado nos surpreende e nos faz viver momentos maravilhosos e aproveitar mais do que qualquer expectativa nos teria permitido.
Não deixe que suas próprias expectativas diminuam o prazer de nada. E viaje. Dentro ou fora de si mesmo, sem pensar, sem considerar os prós e os contras. Pelo menos uma vez na vida.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Amigos Instantâneos


Neste momento de cansaço absoluto, nada melhor do que saber que a qualquer momento eu posso ir à Paris e lá estará um dos meus amigos com quem menos falo quando não estou lá, mas que quero muito, mas muito bem. E sem medo nenhum, posso dizer que a recíproca é verdadeira. Ficamos dois anos sem um saber do outro e quando nos encontramos foi como se o tempo não tivesse passado.
Essas amizades malucas, a gente só faz mesmo quando está viajando. Acaba conhecendo pessoas tão especiais, se aproxima tanto delas, mas a convivência não ultrapassa alguns poucos dias. São os instant friends, como eu gosto de chamá-los. Na hora em que você está mais precisando de ajuda, eles aparecem, estão sempre lá. Transformam qualquer momento ruim numa diversão.
Passei por algumas experiências deste tipo, por exemplo, em Praga, onde cheguei super cansada, depois de mais de 12 horas de viagem (de porta a porta) e acabei fazendo amizade com quatro das pessoas mais fantásticas que já conheci na vida e que me arrancaram da fadiga e me levaram para comer comida típica Tcheca - que por sorte não encontramos e quem me conhece sabe bem o porquê - e me puseram a dançar numa discoteca de cinco andares às margens do rio Vltava por mais de 8h consecutivas. Depois disso, eu e os quatro ingleses ainda jogamos shithead no senado até sermos retirados pelo segurança, porque o lugar ia fechar.
Também aconteceu em Dublin, na época da Copa do Mundo, onde conheci um canadense, uma eslovaca e um francês e por três dias, eramos os melhores amigos, dançando ao som dos músicos que tocavam pelas ruas à noite, bebendo vinho, Guinness e tudo mais que a Irlanda oferece enquanto comemorávamos as vitórias do Brasil e da França (neste caso a comemoração era mais deles do que minha, claro).
Minha primeira vez em Oslo também foi maravilhosa por causa das pessoas que conheci a caminho do albergue onde eu fiquei, que por coincidência era o mesmo onde eles ficaram. Aprendi minha primeira palavra em Africaans, fiz muitos passeios que jamais teria descoberto se estivesse sozinha e, de lá, já programei uma visita aos meus novos amigos em Edimburgo, onde eles moravam na época.
A Sicilia, no sul da Itália também me reservou alguns amigos assim. Conheci um australiano recém-chegado com quem acabei passando a maior parte do meu tempo em Palermo - por sorte, porque já tinha conhecido uma mala sem alça inglesa, que estava no mesmo quarto que eu no albergue e não desgrudava! Depois disso, fui para Catania, para onde o australiano foi no dia seguinte e nos encontramos novamente.
Ainda nos juntamos a uma inglesa que era um docinho e que me prometeu custard quando eu fosse para Londres e uma dinamarquesa que falava mais rápido do que qualquer pessoa que eu conheço (isso mesmo Bix, eu entendo o que você diz, agora, ela...) Nós quatro acabamos juntos numa trattoria com telão, assistindo à final da Copa do Mundo de 2006 e claro, estávamos todos torcendo pela Azzurra!
A amiga instantânea mais recente que eu fiz foi uma francesa, que eu conheci na minha última noite de Buenos Aires. Passamos a noite toda conversando e até hoje, vira e mexe nos falamos por MSN. Na verdade, a chance de ela deixar de ser uma amiga instantânea é muito grande, porque ultimamente temos nos falado com freqüência, o que em teoria, a tornaria uma amiga que vive longe, como tantos amigos que tenho assim, mas com quem mantenho contato permanente.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Valentin Louis Georges Eugène Marcel Proust

À la recherche du temps perdu - La Prisonnière, 1923
Le seul véritable voyage, le seul bain de Jouvence, ce ne serait pas d'aller vers de nouveaux paysages, mais d'avoir d'autres yeux, de voir l'univers avec les yeux d'un autre, de cent autres, de voir les cent univers que chacun d'eux voit, que chacun d'eux est.

domingo, 30 de setembro de 2007

Tu viens d'où?


A palavra gringo, de acordo com o Houaiss, vem da
deformação de griego 'grego' (grigo > gringo), com o sentido de língua incompreensível em comparação ao latim; na Espanha, aplicado apenas à linguagem, foi usado na América em relação aos estrangeiros, que falavam uma linguagem ininteligível.
No entanto, esta não é a única explicação para a origem do vocábulo. Conta-se que ele surgiu durante a guerra entre México e EUA, entre 1846 e 1848, porque os americanos cantavam "Green Grow the Lilacs" e os mexicanos repetiam, ou porque o uniforme dos yakees era verde (outra história questionével) e os mexicanos gritavam Green Go! Se alguém tiver mais alguma versão, por favor, compartilhe.
Não sei qual delas é a verdadeira, nem se uma delas é verdadeira. O fato é que por mais que se discuta a etimologia da palavra, seguramente, concorda-se sempre na semântica. Gringo é, ainda segundo o Houaiss,
qualquer indivíduo estrangeiro, residente em ou de passagem pelo país, especialmente quando falante de língua não vernácula.
E apesar de falar várias línguas, eu sempre sou gringa onde quer que eu vá. Nunca fui a terras muito orientais, mas não tenho esperanç alguma de ser considerada nativa por lá.
Na Ítália, já fui austríaca, americana, canadense, espanhola e alemã, além é claro de ouvir comentários do tipo: "Você não é branca demais para ser brasileira?"Na França, virei inglesa, australiana, belga e dinamarquesa.
Em Buenos Aires, no albergue onde fiquei, já fui holandesa - inclusive uma das vezes foi um holandês que achou -, irlandesa e francesa. No táxi, virei sueca. Enquanto derretíamos na capital portenha, o taxista me perguntou se no meu país não estava nevando. Quando falei que no meu país não nevava, ele virou para trás surpreso e me disse: "Desde quando não neva na Suécia?"
Em Estocolmo, numa loja de souvenirs, a vendedora também achou que eu era sueca. Segundo um amigo nórdico, eu só não poderia ser, porque meu cabelo é muito grosso.
De qualquer forma, todas essas situações não se comparam ao que me aconteceu no Brasil.
Uma vez, durante o carnaval, eu estava passeando a pé no Rio e um homem que descia do ônibus parou na minha frente e começou a sambar sorrindo. Eu olhei para ele com aquela famosa cara de interrogação e segundos depois, perguntei: "O que é isso?" Imediatamente, ele deixou de sorrir e disse: "Ah, você é brasileira." Parou de sambar, abaixou a cabeça e seguiu seu caminho.
Depois disso, foi no Morro da Babilônia, ainda no Rio, no boteco com vista para Copacabana e para o Leme. Paramos para tomar uma coca-cola, descansar e admirar a vista (na foto). O dono do boteco me olhou nos olhos e mesmo que eu estivesse falando português, me perguntou se eu era brasileira. Eu disse que sim e ele replicou: "Mas seus pais ou seus avós não são, né?" E minha resposta foi: "Nem os seus, né?" O homem olhou para cima, pensou por alguns segundos e abriu um sorriso amarelo.
E a última foi na Ilha Grande, quando o barqueiro disse para meus amigos, a meu respeito: "Essa nasceu para ser gringa!"
Então assumi. Sou gringa mesmo. Uma grande mistura de raças e nacionalidades e línguas. Não tenho pátria. Sou estrangeira dentro do meu próprio país. E em todos os outros lugares do mundo.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Mi manchi tanto


Milano é um lugar estranho. Todo mundo que vai para lá, tem um objetivo. E uma vez que esse objetivo é atingido, é hora de partir.
Poucas pessoas fazem de Milão uma casa. A maioria está mesmo só de passagem. E é estranho viver num lugar do qual as pessoas que lá vivem reclamam o tempo todo e fazem questão de manter a distância - Bisogna dare del Lei a tutti (tratar as pessoas de maneira formal).
Não é nem um pouco da idéia de Itália que se tem no Brasil. Mesmo os italianos dizem que a cidade é um caso a parte. Non è Italia!
Um amigo americano dizia que era culpa da localização. A cidade fica num 'buraco' circundado de montanhas. A umidade é insuportável. Qualquer que seja a temperatura, parece sempre pior.
Minha recepção foi a chuva. Três semanas de chuva incessante com uma variação de 4ºC a 2ºC. Os pés sempre molhados e o ventinho gelado ajudavam bastante na sensação termica ainda mais intensa. Frio. Como eu nunca havia sentido antes. Nem calefação, nem bolsa de água quente, nem banho quente, nem dez quilos de casacos resolviam.
Quando a chuva finalmente parou, achei que o frio ia melhorar. Doce engano! O frio permaneceu ali por mais três meses, sem dar trégua; eu tinha amigdalite semana sim, semana também e sair da cama era difícil. Meu edredon era muito mais convidativo.E o céu grigio deprimente não ajudava em nada.
Mas o tempo foi passando, a primavera chegou, depois o verão. No verão, o calor era também o maior que eu já senti na vida - e olha que eu já fui para o Nordeste. O céu não era mais tão cinza. E eu descobri o que é o verão na Europa. As pessoas ficam enlouquecidas, vão às ruas; os bares estão sempre abertos e cheios. É como se surgisse uma cidade nova. E a chuva, quando vinha, era um alívio para o calor.
Assim, dicotomica; eccolà Milano. E que falta que me faz agora!

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Antoine de Saint Exupéry

L'immobilité saisit, chaque seconde plus grave comme une syncope, puis la vie repart.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Start spreading the news


I was a part of it. But once again I didn't belong.
O famoso "American Way of Life" ou "buy as much as you can" não serve para mim. De jeito nenhum!
Ao contrário das expectativas a respeito das mulheres, eu não gosto de fazer compras. Não tenho conta em banco e vivo só com cartão de crédito, mas eu mesma pago e nunca fiquei devendo.
Talvez seja esse o problema. Nos Estados Unidos, para se divertir, é preciso ter. Ao contrário da Europa, onde você consegue se divertir só sendo. Quem sabe se eu fosse milhonária. Mas acho que nem assim. Once in NYC, meus dois lugares favoritos eram o MoMA (cujo jardim está em destaque na foto) e o Central Park. Fui ao MoMa todas as vezes que foi possível, mesmo quando a minha amiga - que viajou comigo - já não aguentava mais. Ao Central Park, perdi a conta. Ah, e claro, os muito importantes Ferry para Staten Island e Carl Schultz Park. Todos os lugares onde se tem passagem livre. Não porque eu não tivesse dinheiro, mas porque eu não consigo mesmo ser dependente de nada, nem de dinheiro.
Gostaria de ter os olhos de outras pessoas para tentar ver essa cidade de maneira diferente. Como é possível que todo mundo adore tanto esse lugar onde as pessoas são mais mal-educadas do que em Paris - por mais groceiros que os franceses sejam, eles sempre dizem pardon quando esbarram em você. Os novaiorquinos fazem de conta que você nem está lá, passam por cima mesmo.
Chinatown é quase como uma 25 de março. Só que os preços são em dólares e as pessoas são mais mal-humoradas. A Times Square é como Picadilly Circus em Londres. Um mar de gente passando em todas as direções, milhões de luminosos piscando, just too much information.
Nova York é um lugar para se ver de longe. Do alto do Empire States Building - de onde em duas ou três horas tiramos mais de 500 fotos. O skyline é maravilhoso.
Outro lugar excepcional para ver a cidade é Hoboken. A cidade onde nasceu Frank Sinatra. Dalí, às margens do Hudson River, olhando para Manhattan dá para entender de onde veio a música do Mr. Blue Eyes. É uma vista imponente, impressionante. Para quem está numa cidadezinha de New Jersey, ver a ilha do outro lado do rio, com todos os prédios, imaginando todas as pessoas alí, observar as luzes da cidade que nunca dorme, tudo tão perto, é como olhar nos os olhos da Capitu do Machado de Assis, os olhos de ressaca; é como um ímã. Você tem que ir para lá.

domingo, 23 de setembro de 2007

Get lost!


Se existe um lugar no mundo onde basta estar, este lugar é Amsterdam. É impressionante como a cidade é inebriante. Talvez seja culpa da liberação e da liberdade que a Holanda transborda para o mundo. Sexo, drogas, festas.
Vale lembrar que os famosos coffee shops não são exclusividade da capital. É claro que os lugares menores têm apenas o número de coffee shops necessário para o consumo local - de acordo com as palavras de um amigo que vivia em Delft, onde existem apenas dois.
Bicicletas também estão por toda parte. Mesmo nos locais mais afastados. Passei alguns dias numa cidadezinha residencial ao norte do país e para ir ao mercado na cidade ao lado, tinha que ser de bicicleta. Existem ciclovias em todas as ruas e estradas e os carros e pedestres realmente respeitam os ciclistas. Quando vejo o Tour de France, me pergunto como eles não o ganham sempre.
Mas Amsterdam é especial. Alguma coisa na cidade parece que tira as pessoas do ar. Tudo é diferente lá, o povo é simpático - a menos que você tente falar holandês com eles -, os canais, as pontes que levantam, as que não levantam, os cafés, o xadrez gigante da Max Euwe Plein, o tram número 10, que passa pela Hoogte Kadijk, tudo funciona, é tudo um grande caos e tudo é lindo. Se eu pudesse, agora estaria lá, sentada no tram, esperando a voz do speaker falar. Bem em frente ao moinho de vento, em cima da ponte.
E logo na parada seguinte, desceria e andaria. À pé ou de bicicleta. Sem rumo. E me perderia. Porque Amsterdam é um dos poucos lugares do mundo onde é possível se perder. Talvez, essa seja uma das maiores características da cidade. Poucas das ruas são paralelas ou transversais. Elas acompanham e cortam os canais que são semi-circulares e cortados por outros canais. É assim mesmo, meio confuso por causa do Dam, a tal terra que os holandeses 'roubam' do mar a mais de 500 anos.
As casas à beira dos canais com os mais diversos estilos arquitetônicos; as casas-barco são especiais. A Museumplein, onde está o Van Gogh Museum - que poderia ser visitado incansavelmente - e onde acontece o Uitmarkt, um festival de abertura da temporada cultural da cidade, todos os anos.
And last, but not least, o Vondel Park ou Parque do Passarinho, com o Café do Filmmuseum, onde tardes viram noites sem que se dê conta, talvez por culpa do vinho e da cerveja.
Tantos lugares no mundo para explorar ainda. Mas Amsterdam é um dos lugares para onde vou. Sempre.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Recordar é Viver


Será? Quem cantou isso não tem a menor idéia do que está falando. Até agora, sempre falei sobre ir. Mas tantas coisas estão acontecendo que vou falar de voltar.
Voltar é uma das coisas que mais me tiram do sério. Já escrevi antes. Reviver coisas que já passaram, por melhores que tenham sido, só nos ajuda a destruir o encanto que a imaginação criou sobre a memória. Nada será como antes. E essa é uma lição que eu já aprendi.
Estou em pouco movimento nos últimos tempos, em comparação ao meu normal dos últimos anos e parece que foi essa a deixa para que o meu passado viesse bater à porta. O problema é que eu só abri para dar uma espiada e fui atropelada. E agora tenho que sair desta casa mal-assombrada. Que agonia é encontrar com esses fantasmas! O que fazer? Isso já aconteceu com você?
É... cada vez que a gente acha que vida está entrando nos eixos, que as coisas estão começando a se encaminhar, a gente percebe que tudo não passa de um fundo falso e que estamos de novo repetindo os mesmos erros e nos prendendo cada vez mais a uma realidade que talvez nem exista mais.
C´est décidé, je vis libre dés maintenant. Livre. Se eu conseguir.

Trecho de Volver, de Carlos Gardel

Tengo miedo del encuentro
con el pasado que vuelve
a enfrentarse con mi vida...
Tengo miedo de la noche
que pobladas de recuerdos
encadenan mi soñar...

Pero el viajero que huye
tarde o temprano detiene su andar...
Y aunque el olvido, que todo destruye,
haya matado mi vieja ilusión,
guardo escondida una esperanza humilde
que es toda la fortuna de mi corazón.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Je t'aime, je t'aime plus, je t'aime encore, je t'aime toujours


Sempre teremos Paris. On aura Paris toujours! Chegou a hora de falar dela. Não existe maior paixão na minha vida do que essa cidade. Não troco por nada nem por ninguém. Ela não me deixa. E eu jamais a deixarei. Quantas manhãs acordei, vi os telhadinhos pela janela, tomei um banho rápido e fui correndo a boulangerie mais próxima para comprar un croissant et un pain au chocolat, sem nem me dar conta de la joie que isso me proporcionava?
Me lembro muito da época em que estava morando no sixième arrondissement, na Rue Bréa - para quem não sabe, é entre Montparnasse e Saint Germain-des-Près. Meu apartamento favorito, com janelas enormes, no último andar de um típico prédio parisiense(a janelinha lá em cima na foto era do meu quarto). Com a boulangerie ao lado, e o chocolatier atravessando a rua. A Brasserie ficava na esquina oposta à da padaria - aonde ainda está hoje.
Numa ponta da rua o metrô e na outra o Jardin du Luxembourg. Dez minutos à pé de qualquer lugar. Com um ônibus na porta de casa. Mas só para os dias de muita pressa.
Porque em Paris, não há nada melhor do que andar. Muito e sempre, por todos os lados, em todas as partes. Ver as construções ao estilo Haussmannien, do final do século XIX, que compõem todo o charme; ver as árvores enquanto passa por parques para chegar ao destino. Escutar todas as línguas, todos os tipos de música, todos os tipos de xaveco. E sentir o odor dos perfumes mais vendidos no mundo tentando encobrir um cheiro agudo de sujeira. É maravilhoso! É estimulo para qualquer sentido e para qualquer sentimento.
E assim, com os sentimentos à flor da pele, amo Paris, com tudo de bom e tudo de ruim. Com as pessoas simpáticas e as de mau-humor, bufando de quando em vez - aliás, foi assim que reconheci um grupo de franceses visitando o Mauritshuis em Den Haag, na Holanda.
De lá pra cá, a vida mudou tão rápido que às vezes me parece que tudo não passou de um figment of my imagination. Mas as memórias são tantas e tão reais que sempre me convenço de que as coisas realmente aconteceram.
Foram dias de verão, de sol, com trabalho (muito trabalho), gente nova e as pessoas de sempre - as fundações que na época sustentavam todo esse rêve.
Paris, a cidade onde ninguém fica só. Parece que o lugar encontra os pares e os une e nunca mais os separa. E lá, eu não estava só. Nunca.
Acho que foi por isso que me apaixonei por Paris. E um amor assim, incondicional e correspondido não pode ser abandonado.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Minha primeira vez


Viajar sem sair do lugar. Essa é uma opção para os de poucos meios financeiros, os de pouco tempo disponível e os que simplesmente não conseguem manter os pés no chão. Oscilando entre os três grupos, é possível se desligar de tudo voltando para casa. É o fantástico mundo da imaginação, da invenção e da mentira. Mentira com licença poética, é claro.
Imagine, por exemplo, você, sentado no seu carro, parado num trânsito daqueles intermináveis. Pra onde quer que você olhe, há carros. Luzes vermelhas e amarelas e algumas poucas verdes. Tudo se move em câmera lenta. Essa é a hora para viajar. Sair do seu corpo e estar num outro lugar. Neste instante, a música é minha melhor companheira. Mas não qualquer música, não a que toca na rádio. Tem que ser a que me transporta. A trilha sonora de momentos da vida. Como se fosse um filme. Eu sou capaz de passar horas entre soltar a embreagem, pressionar o acelerador levemente e pisar no freio, sem nem perceber o que está acontecendo a minha volta, se a trilha sonora for boa.
Alguns objetos também são capazes de servir como ativadores da memória. Fotos, claro, pedaços de papel com mensagens... Mas a memória daquilo que já se viveu não é tão intensa como a projeção de algo que nunca se viu. As possibilidades são infinitas. É claro que um pouco de álcool e uma atmosfera propícia podem ajudar e muito.
Em poucas oportunidades consegui me encaixar nesse tipo de situação. Uma delas foi fumando narguilé (ou xicha). Minha primeira vez foi em Paris, mais especificamente, num café marroquinho numa ruazinha de Montmartre. Com três amigas italianas. Só de entrar ali, com a música, os cheiros, o chá de menta, de sentar nas almofadas... Não estávamos mais em Paris. Falamos muito pouco. Creio que estávamos todas em outro plano. A única outra mesa do lugar estava ocupada por um grupo de homens com bigodes, falando árabe muito rápido. E nós em silêncio.
Depois disso, fumei com uns amigos num bar em São Paulo, numa das minhas visitas à cidade. Mas o local era muito barulhento e não tinha clima. Ultimamente, tenho a sorte de ter um em casa. E de vez em quando nos juntamos para fumá-lo. Me desligo completamente de onde estou e vou para um outro lugar. É um pouco Alice no País das Maravilhas. Como a lagarta, que desde pequena sempre achei fascinante.
Melhor eu parar por aqui. Este texto já está virando uma viagem.

sábado, 15 de setembro de 2007

Uma porção de terra cercada de água por todos os lados...

...é uma ilha. E como o início deste blog não é o início de tudo, vou começar pelo final. Pelo último lugar que visitei. Mas já deixo bem claro aqui que não respeito nenhuma linha do tempo.
Sem perder o fio da meada: quero falar da Ilha. Grande. Que no começo não foi assim tão impressionante. Fui com algumas amigas, umas que já tinham ido, outra que não. As que já conheciam o lugar estavam eufóricas. Nós que nunca tínhamos ido, precisávamos de um tempo para nós mesmas. Fora de tudo, sem saber o que nos esperava.
Não gosto de supersticões, mas às vezes as coisas parecem caminhar numa direção definida. Todos os preparativos, com nenhuma antecedência, foram fáceis demais, o albergue ainda tinha lugar para nós... E foi assim que eu fui parar na Ilha Grande. Era para estar lá. E conhecer quem conheci. E fazer o que eu fiz. Que por sinal foi ficar um pimentão. E andar de barco, de barca, de lancha e de ônibus e a pé.
O lugar é lindo, a água do mar é limpa - pelo menos fora da vila - e o céu tem estrelas. Mas não mexeu comigo. Pelo menos, não até o último dia. Porque, na verdade, eu só me dei conta de que estava onde estava no último dia. E por isso ele deixou de ser o último para se tornar o penúltimo.
Nos primeiros dias, fui ver os peixes na Lagoa Azul, as ondas na praia Lopes Mendes, mas não queria muita conversa. Ainda não tinha me desligado de nada. Não queria falar muito, nem sair de dentro do meu casulo. Queria ficar quieta no meu canto. Conversar socialmente.
No último/penúltimo dia, na praia mais simples, faltando três horas para o nosso barco ou barca ou lancha ou sei lá o que voltar para Angra, parece que lightning stroke.
Já não queria mais ir embora, comecei a me divertir, e estava lá, de novo no meu ambiente, escutando histórias de outros estados, de outros países e pensando em como eu sou tão igual a todas aquelas pessoas que são tão diferentes de mim. Encontrei na Ilha um lugar para descansar, uma companheira de viagem e uma amiga. E saí satisfeita. Mas só no dia seguinte.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Frase do Dia

Voltar é uma ilusão. Estamos sempre indo. Keep Walking. Johnny Walker.
Cheers!

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

A Lua da janela do avião


Ir. É o mais importante. Não importa como. A pé, de carro, de ônibus, de trem, de barco ou de avião. Foguete ainda não testei. Se alguém já testou, seja bem-vindo para compartilhar a experiência.
Viajando, não há nada como caminhar. Para conhecer um lugar mesmo, para que os pés toquem cada centímetro do desconhecido e o torne conhecido.
Mas existem distâncias que os pés não conseguem vencer. Seja pelo cansaço, pela falta de tempo... Não importa. Então, nada melhor do que pegar a estrada dirigindo. Com a sensação de controlar tudo. De que você pode chegar quando quiser, pode parar quando quiser. Escutando a música que quiser, na altura que quiser, sem ninguém para atrapalhar. Você pode cantar, gritar, ficar no mais absoluto silêncio. Não tem coisa igual a dirigir.
E quando não tem carro? Bem, entre ônibus e trem, eu fico com o trem. Mas no Brasil, infelizmente isso não é uma opção. Então, falemos do ônibus. Você vai ali, sentado, enquanto o cara da frente deita o banco inteiro em cima de você e a criança sentada atrás fica chutando seu assento. Na parada depois de 40 horas, depois de quebrar e trocar de ônibus, entra um vendedor de jaca. Com uma jaca aberta. É para nunca mais! Mas às vezes não tem outra solução. E tem gente, como eu tenho uma amiga, que entra, senta e dorme. E pode cair um meteoro que ela só acorda quando chega ao destino.
Agora, se tem o trem, não tem nem o que pensar. No trem você pode andar, você pode comer, você pode ir ao banheiro e algumas vezes pode acontecer de você nem ter que pagar. Você pode só admirar a paisagem pela janela, talvez conversar com a pessoa do lado - se ela for interessante.
Aliás, na Holanda, existe um jornal nos trens onde os viajantes colocam anúncios para procurar pessoas que conheceram uma vez numa viagem de trem. Se ainda me lembro da tradução, era mais ou menos assim: "Eu sou de Haia e ela de Breda. Fizemos uma viagem muito agradável, conversamos sobre tudo, inclusive sobre (alguma coisa bem específica que a faria reconhecê-lo), mas tive que descer e não conseguimos nem trocar telefone. Gostaria de encontrá-la de novo". Imagine isso num ônibus no Brasil.
E o barco? É um meio de transporte maravilhoso, mas muito limitado. De qualquer maneira, com o sol a pino e o vento no rosto, enfrentar as ondas é uma das poucas sensações de adrenalina que mi piacciono. Navegar é preciso. Navio, então, como diria uma amiga, c'est la classe! Um cruzeiro, oulálá!
Mesmo com prós ou contras, se for para sair de onde estou, não importa como. O único problema é o meu grande vício: o avião. Falem o que quiserem, podem cair de vez em quando, pode ter a criança pentelha te chutando o tempo todo, pode ter até o bêbado com o chulé na sua cara. Não tem nada igual. Não consigo ficar muito tempo sem subir aos céus. Preciso estar no ar. Ver tudo lá de cima, chegar mais longe. Nada pode dar errado. "Em caso de despressurização, máscaras de oxigênio cairam automaticamente". Exite algo mais confortante do que saber que mesmo se o mundo estiver acabando, o seu assento é flutuante? É um risco que se tem que correr, para conhecer o novo. Preciso pegar um avião urgente!

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Begining...


Pra que fazer um blog? Para dizer o quê? Acho que todos nos sentimos estrangeiros, pelo menos uma vez na vida. Eu me sinto estrangeira sempre e em todos os lugares. E você?

Why make a blog? To say what? I guess we all felt like foreigners at least once in our lives. Me, I always feel like i don´t belong anywhere, like a foreigner all the time. How about you?

Pourquoi faire un blog? Pour quoi dire? Je crois que tous nous nous sommes sentis étrangers, au moins une fois dans la vie. Moi, je me sens une étrangère toujours et partout. Et toi?

Perchè fare un blog? Per dire cosa? Credo che tutti già ci siamo sentiti stragneri almeno una volta nella vita. Io mi sento stragnera tutto il tempo e dappertutto. E te?