domingo, 28 de outubro de 2007

Viagens pela sétima arte


Na onda da 31a Mostra Internacional de São Paulo, vou falar de uma das minhas grandes paixões: o cinema. Já mencionei antes que gosto mesmo de viajar com tempo para conhecer os lugares com calma. Assim, tive muito tempo de ir ao cinema e alugar filmes e comprar DVDs para assistir durante meu tempo fora.
E alguns filmes, é claro, marcaram as minhas viagens. Talvez não sejam as melhores lembranças, mas voilà.
Eternal sunshine of the spotless mind eu deveria ter visto na Holanda, mas como era com o Jim Carey, achei que não tinha nada a ver ir assistir na última sexta-feira que eu tinha junto com meu namorado. Ledo engano. Deveria ter ido com ele. Quando cheguei a Paris, uns amigos me convidaram para assistir. Não conseguia parar de chorar. Tive que ir ao cinema assisti-lo de novo depois. Porque o filme é maravilhoso.
Outro filme que vi várias vezes no cinema foi Love, Actually. Em Milão, rodei a cidade atrás dos cinemas e dias em que o filme estava em cartaz em língua original. A grande vantagem desses filmes em língua original é que eles não fazem a paradinha "banheiro-cigarro-refil de pipoca" bem no meio do filme. Nos filmes dublados em italiano, sempre tem a pausa.
Falando nisso, Spiderman foi o primeiro filme que assisti em versão italiana. L'uomo ragno. A pausa no meio da apresentação, para mim, foi muito engraçada.
Em casa, assisti dois filmes em DVD: Le fabuleux destin d'Amelie Poulin e Apocalypse now redux, ambos com legenda em italiano. Do primeiro, acabei fazendo sessões na minha casa de Paris, no ano seguinte, depois de fazer o roteiro Amelie por Montmartre - e descobri que eu já tinha sido vizinha dela! O segundo é, sem dúvida, um dos melhores filmes ever made.
A minha vida em Milão foi muito parecida com L'auberge espagnole, filme que vi em italiano com a minha coinquilina alemã. Tínhamos na parede da cozinha um papel como no filme, por causa do filme, em várias línguas com a frase: "Fulano não está. Poderia ligar mais tarde, por favor?" Tínhamos em inglês, italiano, português, alemão, polonês, francês, suéco, basco, espanhol e argentino (que era bem diferente de espanhol).
Lembro de ter assistido Catch me if you can no dia do meu aniversário. Sorte ter caído numa segunda-feira, que era o dia da língua original no cinema do Duomo.
Outro filme que marcou minhas viagens foi Abril Despedaçado, que eu vi em Paris, na páscoa, com uma amiga. Lembro exatamente de nós duas saíndo do cinema no Odeon. "Este filme é maravilhoso!" Na Champs Elisées, fui assistir Big Fish, mas não consegui. A sala de cinema estava vazia e um cara mala veio sentar do meu lado. Sei lá porque, na hora, não mudei de lugar e o cara ficou puxando papo comigo enquanto eu dizia que não queria conversar, queria assistir ao filme. Foi uma chatisse! E tive que assistir ao filme de novo.
Along came Polly é outro filme que eu assisti duas vezes, mas a segunda foi com o meu namorado na época e um amigo dele que não podia saber que estávamos juntos. O escurinho do cinema, o proibido, a mão que encosta na outra sem querer. É divertidíssimo. Aconselho a experiência!
Os Godfather me foram apresentados também em Paris, em sequência. Um dia todo para ver um seguido do outro.
Na Florida, nos dias de muito calor, em que eu tinha preguiça de fazer qualquer coisa, a não ser ficar em casa no ar condicionado, dois filmes me surpreenderam: A love song for Bobby Long, um filme independente, com John Travolta e Scarlet Johanson e o pitel do Gabriel Macht e Before sunset, que é a segunda parte do Before Sunrise e se passa em Paris! Too many mamories!
New York. Quantos filmes já foram gravados alí? Eu e minha flatmate fizemos o roteiro do You've got mail, depois, é claro de assistir ao filme umas mil vezes. Pegamos o Ferry para Staten Island por causa do How to lose a guy in ten days.O último filme que marcou uma viagem foi Paris, je t'aime. Assisti em Paris e tive a chance de procurar cada cantinho, de explorar cada parte que aparece no filme. As histórias são tão lindas! E os lugares me parecem tão próximos dos que eu passei, dos que eu vivi.
E é assim que os filmes acabam fazendo parte da vida.

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