quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Caos Aéreo Brasileiro


Sempre tive muita sorte em viagens de avião. Apesar de uma ou outra chateação - mala perdida duas vezes, vôo perdido por incêndio numa estação de trem a caminho do aeroporto, mala quebrada quando cheguei no destino - não posso reclamar dos vôos, eles sempre estiveram no horário.
Mas agora, com o sistema aéreo brasileiro em colapso, já tomei chá de cadeira no aeroporto algumas vezes.
Uma delas foi indo e voltando da Argentina. Nos quatro vôos que peguei na dita semana, nenhum esteve no horário.
O primeiro atrasou três horas. O segundo, um pouco mais. O terceiro só atrasou uma hora, o que praticamente nem é atraso. Agora, sair da Argentina no final foi uma epopéia. Todos embarcados, prontos para decolar, mas nada acontecia. Meia-hora depois todos foram desembarcados.
O aeroporto estava lotado, não havia mais comida nem bebida, então tive que fazer o superesforço de me alimentar dos Alfajores Habana que eram vendidos no Free Shop. Mais de cinco horas se passaram e espaço aéreo de Curitiba continuava fechado.
Imagino que o piloto conseguiu traçar uma nova rota, porque o tempo de vôo foi muito maior do que deveria. Praticamente, tirei um dia inteiro para viajar. Uma viagem que eu poderia ter feito em 2h30. Revoltante!
Pouco tempo depois, resolvi pegar uma ponte aérea. Isso, antes do último acidente.
Três horas depois de esperar no Santos Dumont, fomos levados para o Tom Jobim de maneira superdesorganizada e quando chegamos lá, quase perdemos o vôo, porque nos esqueceram por um tempo.
A última vez foi num domingo, não muito não muito tempo atrás. Fui novamente vítima do caos aéreo. Estava em Porto Alegre, já embarcada no avião e a informação que nos foi dada foi a seguinte: não havia previsão de decolagem, porque os espaços aéreos de Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro estavam fechados e que o piloto não se responsabilizava por nada. Ninguém poderia desembarcar, a custo de perder a passagem.
"A decisão é de vocês", disse o comandante.
Bastou isso para transportar o caos do espaço aéreo para dentro do avião. A verdade é que ninguém entendeu nada daquilo que o piloto quis dizer e, venhamos e convenhamos, como pode ele querer se isentar de qualquer responsabilidade, uma vez que ele representa a companhia aérea para quem está trabalhando?
Se isso já não fosse suficiente, tivemos que mudar o pouso do vôo para Guarulhos - inicialmente era em Congonhas, mas com o atraso, o aeroporto já estaria fechado. O transporte para Congonhas por solo, onde deveríamos ser deixados, de acordo com as nossas passagens foi superdesorganizado. E de novo, uma viagem que poderia ter terminado 1h30 depois de começar, durou mais de cinco horas.
Será que agora que a Copa de 2014 vai ser no Brasil alguém vai fazer alguma coisa a respeito?

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