sexta-feira, 28 de setembro de 2007
Mi manchi tanto
Milano é um lugar estranho. Todo mundo que vai para lá, tem um objetivo. E uma vez que esse objetivo é atingido, é hora de partir.
Poucas pessoas fazem de Milão uma casa. A maioria está mesmo só de passagem. E é estranho viver num lugar do qual as pessoas que lá vivem reclamam o tempo todo e fazem questão de manter a distância - Bisogna dare del Lei a tutti (tratar as pessoas de maneira formal).
Não é nem um pouco da idéia de Itália que se tem no Brasil. Mesmo os italianos dizem que a cidade é um caso a parte. Non è Italia!
Um amigo americano dizia que era culpa da localização. A cidade fica num 'buraco' circundado de montanhas. A umidade é insuportável. Qualquer que seja a temperatura, parece sempre pior.
Minha recepção foi a chuva. Três semanas de chuva incessante com uma variação de 4ºC a 2ºC. Os pés sempre molhados e o ventinho gelado ajudavam bastante na sensação termica ainda mais intensa. Frio. Como eu nunca havia sentido antes. Nem calefação, nem bolsa de água quente, nem banho quente, nem dez quilos de casacos resolviam.
Quando a chuva finalmente parou, achei que o frio ia melhorar. Doce engano! O frio permaneceu ali por mais três meses, sem dar trégua; eu tinha amigdalite semana sim, semana também e sair da cama era difícil. Meu edredon era muito mais convidativo.E o céu grigio deprimente não ajudava em nada.
Mas o tempo foi passando, a primavera chegou, depois o verão. No verão, o calor era também o maior que eu já senti na vida - e olha que eu já fui para o Nordeste. O céu não era mais tão cinza. E eu descobri o que é o verão na Europa. As pessoas ficam enlouquecidas, vão às ruas; os bares estão sempre abertos e cheios. É como se surgisse uma cidade nova. E a chuva, quando vinha, era um alívio para o calor.
Assim, dicotomica; eccolà Milano. E que falta que me faz agora!
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