segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

It´s All Greek To Me


Um dos roteiros mais visitados por europeus em férias, a Grécia, guarda muito mais do que as bases da civilização ocidental tal qual a conhecemos hoje. É claro que temos que levar em conta todas as descobertas científicas feitas pelos gregos, mas muito mais do que isso, o país conta com surpresas fantásticas.
Por exemplo, uma ilha tomada por holandeses. Assim é Kos. Quase não se ouve grego por lá. Todo mundo é loiro de olhos azuis. Digamos que causa um certo estranhamento. Mesmo assim, vale a pena dar uma passada para ver o que tem por lá, pegar uma praia e ver as ruinas.
De lá para a terra do rei Minos e do Labirinto do Minotauro. Knossos, na ilha de Creta, onde o arqueólogo Arthur Evans reconstruiu as ruinas de acordo com o que ele achava que elas teriam sido.
Bastante moderno e colorido, mas a verossimilhança das ruínas, eu diria, é questionável.
Ainda em Creta, vale a pena visitar outras partes, conhecer praias, aprender a jogar gamão - jogo bastante popular por lá - e aproveitar a vida noturna. Mas já aviso, o verão é escaldante e não é possível se mexer nas horas mais quentes do dia. Daí fica bem claro o porquê das siestas - que lá vão das 13h às 17h e aí de você se perturbar a tranquilidade daqueles que estão tentando tirar uma soneca.
Ainda na parte meridional do mar Egeu, está a famosa ilha de Santorini, com as casinhas branquinhas, os vilarejos no na caldeira do grande vulcão. uma grande multidão se junta todos os dias nas varandas de Fira para ver o pôr-do-sol. Também vão para Oia - se diz Ia -, bem na pontinha da ilha.
As ruas são bem estreitinhas, mas para chegar de um lugar a outro é possível tomar ônibus.As casas ficam nas encostas das montanhas formadas pela caldeira do vulcão e para chegar em qualquer lugar sempre há muitas subidas e muitas decidas. Tem que estar preparado para andar e andar e andar. Mas se cansar muito, sempre se pode alugar um burro. Eles custam 5 euros cada parte do trajeto e é no mínimo uma experiência a ser vivida. Quando eles não estão quase ralando a sua perna na montanha, estão quase te jogando no precipício. Mas você sai ileso e bem ou mal, merece um pouco, já que está explorando o pobre bichinho.
And last, but not least, fica minha ilha favorita: Mykonos.
Apesar de ser tida como a ilha mais ocupada por turistas durante as férias, não foi bem o que eu encontrei. Estava cheia sim, mas ainda tinha espaço para deitar na areia, nadar na água azul do mar, caminhar, andar de moto ou de quadriciclo, rodar pelo centro da cidade, ver os bistrôs, os lugarzinhos e as lojinhas. Tudo bem branquinho, como sugarcubes. Os habitantes parecem meio malucos, mas são muito simpáticos, falam com todo mundo, conversam, explicam, respondem a qualquer questão.
Para quem quer ver onde tudo começou, não pode faltar uma visitinha à capital grega. De Atenas vê-se o mar, mas ninguém vai para lá para isso. As grandes atrações de Atenas ficam mesmo por conta das ruinas. A Acrópolis, com o Partenon, a Ágora Antiga, as milhões de ruínas espalhadas por toda a cidade, os jardins e a modernização. No entanto, vale lembrar que a maior parte dessas ruinas hoje não está mais na Grécia. O que resta lá é o espaço que os edifícios ocupavam. Se você quiser mesmo ver os restos daquilo que existia, vá ao British Museum em Londres. Abaixo é possível ver as pedras que ficaram das ruínas em eterna restauração (à esquerda) e todo o mármore retirado e remontado no museu inglês (à direita).E é assim. Linda, branquinha, cheia de História guardada na terra. E cheia de história pra inglês ver.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Turkish Bath


Seguramente, a experiência mais interativa na Turquia é o banho turco. Em Istanbul, para tomar um banho turco é preciso ir a um lugar especial, como um spa. Lá, você recebe um kit com uma esponja esfoliante e uma suave e uma toalha. Você deixa as roupas num armário e se enrola na toalha. Dalí, segue para um salão enorme e aquecido, quase como uma sauna úmida com uma pedra de mámore enorme, com um metro de altura, dodecagonal com um raio de 2 metros, no centro.
Você se deita alí e aguarda que alguém venha com espuma para te dar banho. Você fica cheio de espuma enquanto é esfoliada. Depois, vai para uma das pias nas paredes do salão e lá, com uma cuia, enxagua a espuma e tem a cabeça lavada e massageada. Ainda pode fazer massagem e tratamento facial e se quiser, ao final, pode voltar ao salão e relaxar sobre o mármore.
Eu não tive essa possibilidade porque quando voltei para o salão, a pedra estava lotada por um grupo de chinesas peladinhas e barulhentas. Occupational Hazard! Mas vale muito a pena.
Assim como tudo em Istanbul.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Constantinopla


A Turquia é a porta de separação entre a Ásia e a Europa. Mais especificamente, Istambul antes Bizâncio e Constantinopla, a cidade de dois continentes. Os continentes separados pelo Estreito de Bósforo, dentro da cidade, que liga o Mar de Mármara ao Mar Negro.
Também aí, está uma das maiores portas de separação cultural e religiosa.
Istanbul é uma grande mistura das civilizações que passaram por alí. Gregos, Bizantinos, Otomanos, Curdos, Persas, Sultões, Cristãos, Muçulmanos, todos deixaram sua marca em alguma parte.
Em Istanbul, a imponente Santa Sofia (AyaSofya) é impressionante. Começou como uma basílica cristã, e na época dos sultões se tranformou numa grande mesquita. Os ícones cristãos foram cobertos e substituidos por muçulmanos, todos em árabe. Mas hoje, o que se vê é a mistura dos dois, já que os mosaicos bizantinos foram revelados e estão à disposição do público que vai visitar o edifício.
Também impressiona a Mesquita Azul, que fica do outro lado da rua e é utilizada como templo. Para entrar, é preciso tirar os sapatos - o chão é todo coberto por tapetes com desenhos incríveis. As mulheres também têm que cobrir os ombros e preferencialmente, cobrir a cabeça. Mas todo mundo pode entrar para visitar.
Entre as contruções do Sultanahmet, certamente, o mais impressionante é o Palácio Topkapi, residência dos sultões por séculos. Este palácio fica às margens do Mar de Mármara. Tem uma vista fabulosa. São vários prédios construídos por trás das muralhas, cada um com uma função diferente, dentre os quais está o harem, onde os sultões mantinham suas esposas e os eunucos. O harem é todo decorado com ouro, com as mais diferentes patterns, tanto nos tapetes, quanto nos azulejos, paredes, tetos... É lindo demais. Um dia só não é suficiente para ver tudo.
Não muito longe de lá, ainda tem a Cisterna, uma construção romana no subsolo. É a perfeição arquitetônica construida para armazenar água. Em tamanho gigante, é claro. E ainda tem o Gran Bazar,o Bazar de Especiarias. Tudo sem atravessar a ponte.
Tudo tem uma energia muito diferente. Talvez por conta da atmosfera de mil e uma noites, talvez pelo chamado para rezar para Mecca seis vezes ao dia, saído dos alto falantes de todas as grandes mesquistas espalhadas pela cidade, talvez pelo chá e pelo narguilé.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Octopus's Garden

Beatles
I'd like to be under the sea
In an octopus' garden in the shade
He'd let us in, knows where we've been
In his octopus' garden in the shade

I'd ask my friends to come and see
An octopus' garden with me
I'd like to be under the sea
In an octopus' garden in the shade.

We would be warm below the storm
In our little hideaway beneath the waves
Resting our head on the sea bed
In an octopus' garden near a cave

We would sing and dance around
because we know we can't be found
I'd like to be under the sea
In an octopus' garden in the shade

We would shout and swim about
The coral that lies beneath the waves
(Lies beneath the ocean waves)
Oh what joy for every girl and boy
Knowing they're happy and they're safe
(Happy and they're safe)

We would be so happy you and me
No one there to tell us what to do
I'd like to be under the sea
In an octopus' garden with you.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Up in the Sky


Nada mais apropriado do que escrever um post para este blog enquanto estou no ar. Sim, 10000 metros acima do nível do mar, dentro do avião, onde vou ficar por um tempo. Tempo este que estou usando para escrever.
Daqui de cima hoje, do alto dos céus entre São Paulo e Porto Alegre não é possível ver o chão. É tudo um imenso mar de nuvens. Todas aquelas nuvens que sempre vemos lá em cima, agora estão aos meus pés.
A grande vantagem disso é que daqui a gente pode ver o sol. Em São Paulo, a temperatura de 16oC, com o céu encoberto de nuvens e a típica garoa paulistana, o visual era um pouco mais cinza. Aqui, apesar da temperatura congelante do lado de fora, o céu é azul e o chão é branco como um grande cobertor de algodão.
De vez em quando as nuvens não dão as caras. E aí, pode-se ver a Terra lá em baixo também. As ruas, os prédios e casas, os terrenos cultivados, o mar, a praia. Tudo bem pequenininho. Bem longe. Mas hoje não é um desses dias.
Hoje é um dia em que as nuvens estão encobrindo o sol e para encontrá-lo, é preciso atravessar o grande mar branco.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Next steps


O futuro é sempre incerto. Mas as pessoas sempre estão tentando desvendá-lo. Quem sabe, encontrar uma forma de descobrir o que vai acontecer, seja por eliminatória, repetição ou adivinhação.
Porém, sabe-se muito bem que não adianta inventar. Pode-se acertar algumas coisas por pura sorte ou seja lá como se pode justificar, mas a verdade é que não dá para prever exatamente o que vai acontecer, nem daqui a um minuto.
Então, eu espero poder fazer mil coisas, mas só vou saber se elas vão acontecer, depois que elas acontecerem. A todos que me perguntam quando e se eu vou viajar de novo, bem, quando eu voltar de viagem, eu respondo!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Danger and Annoyances


Muito se engana quem pensa que existe lugar seguro no mundo. Mas é claro que alguns lugares são mais tranquilos que os outros e outros lugares a segurança é diretamente relacionada com a maneira com que você se veste, sexo, raça ou religião.
Infelizmente, a violência se utiliza das diferenças sociais, culturais e físicas para determinar suas vítimas.
E a verdade é que somos todos potenciais vítimas. Basta estarmos na hora errada e no lugar errado.
Não importa se a criminalidade é alta. Os números são secundários, Se você estiver num lugar desconhecido, obviamente não saberá qual é, estatisticamente falando, o risco que você está correndo.
Na minha experiência, posso dizer que só fui vítima em quatro cidades do mundo. São Paulo, Paris, Amsterdam e Milão.
Em São Paulo, sofri por estacionar o carro na hora errada e no lugar errado. Em Milão, porque sou mulher, em Paris por eu não ser muçulmana e em Amsterdam, porque sou Brasileira. O que não significa que em outras condições, nos mesmos lugares, outras pessoas diferentes não poderiam ter sido escolhidas.
Em compensação, fui para a Colômbia, assim como muitos outros viajantes, peguei ônibus noturnos para ir de uma cidade a outra e nada aconteceu. Na Turquia, por exemplo, ser turista não é a coisa mais perigosa do mundo. Aliás, é muito mais perigoso ser turco mesmo.
E é assim que bem ou mal, as pessoas acabam se privando de descobrir coisas novas e explorar lugares maravilhosos, tudo por culpa do medo, que nem sempre é bem fundamentado. Só tem que tomar cuidado e ficar atento. Sempre.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Um ano!!!


Há um ano, tudo era apenas o começo. Algumas idéias, algumas viagens. Muitas descobertas e muito a descobrir ainda. E tudo continua igual, mas com um ano a mais de experiência.
Com mortes, casamentos, viagens obrigatórias, viagens para fugir e viagens para o tempo livre.
Este ano foi de conhecer a Ilha Grande, a Colômbia, a Turquia, a Grécia e a Croacia. Um ano de rever Buenos Aires, França, Inglaterra, Dinamarca e Itália.
O novo e o velho caminharam juntos. A vida e a morte. O bom e o ruim. Todas as contradições possíveis.
Um ano de música e de filmes e de vinhos. De estar com os amigos e fazer novos amigos. Grandes movimentações reais e virutais.
Um ano de gringa online.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Férias!!!


Quem não gosta de férias?
É tão bom poder descansar, ir para onde quiser (ou onde o dinheiro e o tempo permitirem)...
Não ter nenhuma responsabilidade a não ser consigo mesmo.
Este mês de agosto é o mês de férias coletivas na Europa. Nada abre, nada funciona.
Todo mundo pega suas coisinhas e corre ou para em direção ao mar, para aproveitar o sol e o calor ou sobe as montanhas para fugir um pouco do calor insuportável.
Já passei alguns meses de agosto por lá e devo dizer que por qualquer razão que seja, alguma coisa acontece com as pessoas porque elas ficam muito diferentes.
Ficam abertas, simpáticas, querem falar com todo mundo, sair.
Os parques ficam cheios de gente.
Os turistas lotam as cidades - nem pensar em tentar subir a Torre Eiffel ou entrar no Louvre, mas os espaços não turísticos ficam maravilhosos de andar. Você consegue tirar fotos de tudo, sem ninguém para atrapalhar.
Outra coisa que não tem preço é passar pela Rue Saint-Louis-en-l'Ile, ver o mundo se acotovelando para conseguir algum da meia duzia de sabores do sorvete da Maison Berthillon que sobraram, enquanto você conhece aquele lugarzinho uma na ruazinha transversal que não tem fila nenhuma e têm todos os sabores lhe esperando todos os dias.

domingo, 20 de julho de 2008

sábado, 12 de julho de 2008

Gringa em momento de pesquisas


Escrever aqui anda meio complicado devido a falta de meios - computadores e internets. Portanto, aproveito para fazer uma pausa e levantar dados para futuros posts. À bientôt!

domingo, 6 de julho de 2008

Planos


Viajar é sempre muito fácil, porque mesmo que nada saia do jeito que você imaginou, certamente saiu da maneira que deveria ter sido.
Fazemos planos, marcamos datas para chegar e sair e sabemos mais ou menos o que ver. E normalmente temos que aprender a nos adaptar às intempéries, mudar tudo e nos deixar levar pela maré.
Já assim é bastante complicado, porque se fizemos um roteiro, significa que de uma forma ou de outra, gastamos tempo e energia nos preparando para realizá-lo porque durante o tempo de planejamento, essa era a idéia que se encaixava melhor dentro das condições da viagem.
Agora, fazer tudo sem saber no que vai dar, onde você vai dormir ou como vai chegar, não é para qualquer um não.
Em primeiro lugar, você precisa abandonar toda e qualquer expectativa em relação a conforto. Assim, aconteça o que acontecer, nada poderá lhe decepcionar. Se você tiver que dormir na estação do trem, no aeroporto ou na praia, bem, são ossos do ofício.
Na verdade, você precisa praticamente abandonar toda e qualquer expectativa, seja ela qual for. Viver um dia por vez, cada situação a seu momento. Se agora apareceu a possibilidade de ir para o litoral, por que não? Depois de amanhã você pode se enganar e pegar um ônibus para a região das montanhas; nunca se sabe.
Outra coisa é saber que você pode confiar em si próprio. Saber que você é capaz de se tirar de situações desconfortáveis ou pelo menos de arrumar soluções para problemas imediatos de forma que você não se coloque em perigo, por exemplo.
Com esses ingredientes e um pouco de espírito de aventura, já é mais viável sair por aí sem rumo, sem planejar tudo nos mínimos detalhes e deixar o inesperado lhe surpreender.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Vive la différence!


Você se lembra de quando estava no primário (ou escola elementar ou sei lá mais como chamam hoje)?
Sua rotina era ir para a escola, aprender uma meia duzia de coisas que não tinham serventia alguma, tudo para poder entrar no pega-pega, na amarelinha, na queimada ou quem sabe bater umas figurinhas durante o recreio.
Bom mesmo eram aqueles passeios malucos de um dia. Juntavam todo mundo da mesma série e lá se ia ao zoologico, ao butantã... Me lembro de dois destes passeios que me marcaram muito: um foi a ida a uma casa de fazenda, para conhecer os animais e aprender a fazer pão - paixão que eu guardo até hoje - e o outro, foi uma ida a Santos, para ver a cidade e subir o bondinho.
Et voilà, esses eram os dias em que a gente se divertia o tempo todo e não só no recreio.
Hoje, passeando por Auvers-Sur-Oise - vilarejo onde Van Gogh passou seus últimos anos de vida - me deparei com um grupo de escolares.
E claro, como o motivo de a cidade ser minimamente conhecida é a passagem dos impressionistas por ela, as crianças estavam aprendendo um pouco de história da arte.
Van Gogh, Cézanne e Pizarro mudaram-se para o vilarejo para afastar-se da cidade grande, aproveitar a vida no campo e usar as luzes do norte como inspiração para a produção de parte de suas obras.
Imagine-se lá, ainda criança, olhando uma das bailarinas de Dégas? E o passeio com a escola é para a casa onde as Niféias de Monet foram realizadas ou para seguir os últimos passos da vida de Van Gogh?
Como eu gostaria de ter passado a minha infância assim! Minha mãe fez o possivel, com um milhão de livros de arte em casa e sua paixão pelo assunto.
Comentei todo esse pensamento com um amigo italiano que foi visitar a cidade comigo e sua replica foi:
"Estas crianças não querem nem saber de Van Gogh. Quando eu ia fazer esses passeios com a escola, eu queria mais era fazer farra com os amigos!"
E me lembrei de uma francesa, que conheci há dois anos, quando discutiamos o assunto:
"A coisa mais chata do mundo era ir com a escola ao Louvre! Era super comum! E agora eu vejo todo mundo esperando na fila para entrar. Uma loucura!"
Mas será que tudo isso não faz diferença nenhuma no tipo de pessoas que estas crianças se tornam?

La même histoire


Sabe aqueles lugares que você chega e mesmo depois de muito tempo eles continuam sendo como a sua casa?
Para mim, Paris é assim.
Faz dois dias que estou em Paris e tudo já está no devido lugar. Meus amigos, meus lugares...
Como é possível? Anos se passam, as coisas mudam, mas mesmo assim eu continuo com a sensação de estar em casa. Eu sei que o Coolin está ali, sempre me esperando, na Rue Clement, no Marché Saint-Germain. E que por mais que as pessoas que trabalham lá mudem a cada vez que eu volto, continuam sempre no mesmo clima.
É um lugar onde você pode ir sozinho ou acompanhado, sentar numa mesa e tomar uma coca-cola, uma Guinness ou um whisky, comer um Chicken Pesto (que é meu prato favorito, apesar de eu não gostar muito de frango) e logo acaba conhecendo as pessoas das mesas ao lado.
Hoje, eu passei o dia todo lá. Sentadinha, numa mesinha no terraço, com meu copinho, conhecendo gente, batendo papo. Até que me dei conta que já eram 23h e eu tinha que correr para terminar meu drink e não perder o último metrô.

domingo, 25 de maio de 2008

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Mi Medellin!


É claro que depois de mais de 20 anos de publicações na mídia, é quase impossível, ainda hoje, desatrelar a cidade do Cartel de Medellin.
Porém, por mais que seja possível conhecer as raízes, lugares relativos à vida e a sepultura de Pablo Escobar; digamos que as coisas já não funcionam mais como eram antes.
Com um castelhano um pouco mais difícil de entender que o de Bogotá, mas ainda assim bastante compreensível, os moradores de Medellin estão sempre sorrindo. Também pudera, pois trata-se da cidade da eterna primavera.
As temperaturas são sempre agradáveis o ano todo - se bem que podem chegar as alturas também! E que calor!
Como em qualquer outro lugar, todo tipo de entorpecentes - incluindo Ron Medellin e Aguardiente Antioqueña, além dos imaginados - estão à porter de main.
Mas não é isso o que interessa, porque para aproveitar bem a cidade, você tem que estar de olhos bem abertos.
Encontramos lá um dos melhores albergues da América Latina. A infra-etrutura não é superfantástica, mas o ambiente é demais. Por isso, se algum dia você pensar em ir, vá com passagem de saída marcada. Senão, corre grandes riscos de ir ficando até sei lá quando. Tem gente que já está no lugar a meses!
A balada acontece lá mesmo. Tem mesa de bilhar, varanda, churrasqueira...
Para as mulheres ainda tem uma grande vantagem já que o albergue é cheio de homens. Lindos e para qualquer gosto. Para os homens, já é mais fácil encontrar moçoilas entre as locais.
É muito fácil conhecer todo mundo, muita gente fala castelhano, apesar de ser um paradeiro de gringos, e de lá você descobre onde ir, o que conhecer e como chegar. Ir sozinho também não é um problema; há sempre gente indo a todas as partes. Só é necessário ser extrovertido ou curioso.
A localização também é ótima: fica muito perto da Zona Rosa de Medellin, o que significa que toda a diversão noturna está a alguns passos.
Na Zona Rosa, é possível encontrar restaurantes com cozinhas típicas de vários países - mas quem me conhece sabe que praticamente só comi carne, que aliás é muito boa na Colômbia - bares de todos os tipos, com grande variedade de música. Você também pode passar a noite de bar em bar, para não cair na rotina.
Durante o dia também é muito agradável passear por esta região. No entanto, vale a pena também subir nas colinas para ver a cidade do alto. É impressionante! A cidade se espalha pelo vale e parece escalar as montanhas que estão a sua volta.
O trânsito é caótico, mas nem se compara ao de São Paulo. E com o preço barato dos táxis, ir e vir não é muito complicado.
A única dica que pode ser dada é: "Deixe Medellin por último". Senão, você não vai querer ver mais nada!

terça-feira, 20 de maio de 2008

Totalmente diferente



É absolutamente impressionante como se fala mal da Colombia. E pelo menos o que eu vi por lá, não tem nada a ver com o que dizem.
Por exemplo, em termos de segurança, o país está numa situação relativamente tranquila. Se engana quem pensa que as guerrilhas, os carteis e as Farcs tomam conta das cidades.
Claro que não é um país superdesenvolvido e muitas coisas poderiam ser melhor aproveitadas, mas também existem coisas maravilhosas para se ver e aproveitar.
Em primeiro lugar, está a hospitalidade do povo colombiano. São muito gentis, sempre dispostos a ajudar.Onde quer que você esteja, pode perguntar qualquer coisa a qualquer um e sempre lhe dirão onde estão os melhores lugares para ver e conhecer, os melhores restaurantes e bares e praias.
Em segundo lugar, eu colocaria as Zonas Rosas e similares - I think Nina would back me up on this one. Zona Rosa é o local das cidades onde está a maior concentração de bares, restaurantes e lojas, todos muito bem apresentados. São áreas por onde se pode andar tranquilamente tanto durante o dia como à noite. Além disso, são próximas a parques e não passam aquela impressão de centrão da cidade feito de concreto.
Mas mesmo o centro das cidades é cheio de monumentos e edifícios lindos, cheios de histórias, de Botero, de Garcia Marquez.
Os bares estão sempre movimentados, mas o seu lugar para tomar um trago não vai faltar. E não precisa de muito esforço para se divertir.
A única coisa de cortar o coração é a quantidade de mendigos pedindo dinheiro e vendedores ambulantes em todas as partes. Eles são bastante incisivos e já logo dizem que não têm nada, que se você não ajudar, eles e suas respectivas familias morrerão de fome. E a isso, não dá para se acostumar.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Bye-bye Colombie


Tudo o que é bom sempre acaba chegando ao fim. Então, deixo aqui minhas saudades da Colombia enquanto me dirijo ao aeroporto El Dorado. Hasta la vista!

domingo, 11 de maio de 2008

Bend and Break

Keane
When you, when you forget your name
When old faces all look the same
Meet me in the morning when you wake up
Meet me in the morning then you´ll wake up
If only I don´t bend and break
I´ll meet you on the other side
I´ll meet you in the light
If only I don´t suffocate
I´ll meet you in the morning when you wake

Lovesick bitter and hardened heart
Aching waiting for life to start
Meet me in the morning when you wake up
Meet me in the morning then you´ll wake up

If only I don´t bend and break
I´ll meet you on the other side
I´ll meet you in the light
If only I don´t suffocate
I´ll meet you in the morning when you wake

If only I don´t bend and break
I´ll meet you on the other side
I´ll meet you in the light
If only I don´t suffocate
I´ll meet you in the morning when you wake

I´ll meet you on the other side
I´ll meet you in the light
If only I don´t suffocate
I´ll meet you in the morning when you wake

And that´s how 12 hours on a bus from Medellin to Cartagena worth of memoires passed.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Afraid of needles


Após dias de desespero, esperando o horrível momento, finalmente estou imunologicamente preparada para a Colombia.
Fui lá, esperei duas horas e agora tenho a comprovação (ao lado!)
Tenho que aproveitar para conhecer todos os lugares que obrigam a tomar vacina de febre amarela antes que a minha vença! E continuo odiando agulhas e apavorada com a idéia de ter que tomar injeções!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Amarrando as pontas


Tudo começou no Expresso do Pôr-do-Sol. Rápido, sobre as águas azuis, atravessando o Oceano Atlântico. Em todos os tons de vermelho e laranja e amarelo. Fortes e vibrantes. E por aí foi-se, esperando sempre o melhor, querendo sempre vencer.
E acabou numa Lua Azul. Numa tarde de abril, de tempo nublado, molhada por gotículas de chuva. De novo sobre as águas do Atlântico. Só que desta vez, as águas estavam verdes e escuras e o Sol se pôs.
As cinzas clarearam a superfície marinha, enquanto o vento soprava contra a corrente, entre o navio azul e branco e a pequena ilhota de três colinas que hoje é também o marco da despedida.
We´ll meet again soon.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Companheiros de viagem


Não existe nada como viajar sozinha e usar o tempo para pensar na vida e admirar a paisagem.
Mas existem algumas coisas que não podem nunca faltar na mala e que no fim das contas são grandes companhias.
O primeiro deles, na minha opinião, é sem dúvida, um reprodutor de música. Sem música não dá nem para sair de casa. Pode ser iPod, iPobre, radinho ou toca CD´s, mas tem que estar lá.
Imagine a crise aérea brasileira, com os atrasos homéricos, sem uma musiquinha para acalmar? E ficar horas sentada num ônibus ou num trem só escutando o barulho do motor? Não tem a menor condição.
Em segundo lugar, eu colocaria os livros. Eles têm o poder de fazer viajar para outro lugar mesmo quando você já está viajando. Transportam qualquer um para uma outra realidade. Sejam os de ficção, de histórias reais ou mesmo, os bons e velhos guias, que nos levam ao futuro. Ao nosso futuro. Àqueles lugares para onde estamos indo e que vamos ver. Meu grande companheiro na Europa foi o Lonely Planet, com excelentes tiradas sobre os lugares para conhecer e às vezes um pouco de exageiro quando o assunto é segurança. O único grande defeito dos livros é o peso que eles agregam à já restrita mochila.
Em terceiro lugar, vem o diário de bordo. É exatamente o contrario do guia, é o livrinho onde se pode colocar impressões, pensamentos, idéias, contar histórias, anotar contatos, e tudo mais. Pode servir para organizar algumas coisas, repensar outras, entender, extravasar.
Em quarto lugar, estão os joguinhos. No celular, no iPod, no papel. De cartas, blocos, números, letras, traços, riscos, contas, lógica, perguntas e respostas. Para todos os gostos. Ajudam a passar o tempo, sem adicionar nada, mas também, vehamos e convenhamos, depois de muito viajar, chega uma hora que não dá mais para pensar em nada. E é nessa hora que entram em cena os passatempos.
Em quinto lugar e se nada mais resolver, vire para o lado e tente tirar um cochilo. Pelo menos assim, você não incomoda tanto seu vizinho de assento. A menos que você ronque. :)

terça-feira, 1 de abril de 2008

April Fool´s Day

I have great faith in fools - self-confidence, my friends call it.
Edgar Allan Poe

terça-feira, 25 de março de 2008

Taxi Drive


Brasil. País de contrastes, de brancos e negros, de amarelos e vermelhos, de grandes e pequenos. De ricos de pobres. De nordeste, sudeste, centro-oeste e norte e sul.
Mas também país de brasileiros, de gringos e de estrangeiros que adotaram a nação como sua.
Como por exemplo, o Português chofer de táxi no Rio de Janeiro há 40 anos que apareceu às 7h da manhã da segunda-feira seguinte à Páscoa. Certamente um personagem dos mais cariocas que já existiram
Nascido em Portugal, o Português veio para o Brasil deixando filhos na terrinha e decidiu se estabelecer por aqui aparentemente para sempre.
Começou sua carreira como agiota, emprestando dinheiro com juros altíssimos a moças e rapazes de bem nos bairros nobres da ex-capital brasileira.
Esta atividade lhe rendeu dois imóveis, um na zona oeste e outro na zona norte.
Paralelamente, comprou uma licença para ser chofer de praça e comprou seu veículo de acordo com as normas da cidade maravilhosa.
Desta maneira, não só ele mantinha excelentes contatos - conhecendo endereço e telefone da mais fina flor da sociedade carioca -, como também ainda conseguia arrancar uns trocados da maior atividade desenvolvida na cidade: o turismo.
Apesar dos pesares, o Português aparentemente não conseguiu aprender boas maneiras com as companhias, talvez, porque na realidade, ele sempre foi uma pessoa muito só.
Uma pessoa que mudou de país e passou a vida dependendo da desgraça alheia, esperando que quem sabe um dia, alguém fosse gostar mesmo dele.
Mas a verdade é que, quanto mais ele procurava, mais ele dava com os burros n´água. Sua primeira grande paixão tupiniquim foi uma senhora casada, de "fino trato", a quem ele emprestou "o que hoje equivaleria a R$ 5.000,00".
Os dois passaram bons momentos juntos entre quatro paredes até que as coisas começaram a se complicar: a mulher queria deixar o marido pelo Português, mas o pobre não poderia aceitar assim uma mulher que "só era bonita (muito bonita), mas não era nada boa"(de cama). E ainda por cima não queria pagar o que lhe devia.
Então, deixou-a. Mas a moça, de coração partido, correu para o ponto de táxi para reclamar que havia sido sexualmente abordada pelo motorista que não a quis.
Imagine você que o Português perdeu a compostura: ao saber que seu nome estava sendo jogado na lama, por causa de uma mulher que nem era boa de cama, o homem subiu nas tamancas e foi ao encontro da amante para tirar satisfações.
"Onde já se viu? Se ela queria dizer alguma coisa, que dissesse a verdade."
E foi o que aconteceu. Confrontada e pressionada, após uma briga terrível, ela correu para os chefes do Português para esclarecer a situação e logo em seguida, mudou-se de cidade com o marido.
Depois de tamanha decepção, o Português decidiu que para ter mulheres em sua vida, só se as pagasse, porque desta forma, garantiria que elas se fossem depois.
"Mesmo assim ainda pode dar problemas".
Hoje, sua vida se resume a trabalhar umas poucas horas como taxista, manter os dois apartamentos, receber os netos que vêm de Portugal de vez em quando para visitá-lo e dizer que os portugueses são todos burros mesmo para iniciar os infinitos monólogos sobre sua vida que desenvolve no carro de manhã cedo.
Se a história é real ou não, não vou atrás para averiguar os detalhes. Mas o taxista existe mesmo e me contou todos esses fatos e ainda mais alguns que me privei de mencionar por achá-los um pouco over.
De qualquer forma, eu diria que senão a vida, pelo menos a história deste português é bastante rodriguiana.

sábado, 22 de março de 2008

O Rio de Janeiro continua lindo! - uma aventura pela cidade maravilhosa dos turistas


O que poderia acontecer a quatro mulheres que tentem descobrir o que tem de bom pra ver no Rio? Digamos que pode ser no mínimo divertido passar o dia pedindo sugestões e tomando táxis, ônibus, metrôs, bondes e bondinhos na execução deste trabalho.
Saímos de casa por volta das 10h30 da manhã - exatamente 30 minutos de atraso dentro do que havíamos previsto. Fomos comer algo antes de começar a jornada mais ou menos na altura do Posto 12, no Leblon.
Deste primeiro ponto, após nosso café da manhã, fomos à pé até o clube Flamengo na beira da Lagoa Rodrigo de Freitas.
Caminhamos em volta do clube de remo, sob o sol escaldante do primeiro dia de outono - que no Rio de Janeiro não quer dizer absolutamente nada.
Chegamos à beira da Lagoa e fizemos uma rápida parada para uma água de coco e alguns clicks.


Por volta do meio dia e meia, já estavamos prontas, dentro de um táxi, aproveitando o ar condicionado até chegarmos à Estação do Cosme Velho, onde aguardamos 40 minutos na fila para comprar o ticket para dalí a meia hora subir no bondinho que leva ao alto do Corcovado.
Fora o calor, ter que ficar o tempo todo em pé e ficar prestando atenção a um possível ataque de mosquitos - já que o Rio está enfrentando uma epidemia de dengue - o tempo até que passou suavemente.
Isso até entrarmos no diabo do bondinho, que no meio do caminho foi invadido por três pagodeiros. Subida lenta e dolorosa.
Depois, um pouco desavisadas, pegamos as escadas ao invés do elevador. Paga qualquer pecado subir a escadaria naquele calor.

Fizemos mais fotos, fizemos graça e fomos embora.
De novo com o bondinho, desta vez para baixo, em direção à Santa Teresa.
A informação que conseguimos foi para descer numa parada chamada Silvestre e que lá já estaríamos na mesma altura de Santa Teresa.
Para quem já pegou este bondinho, sabe que ele passa só no meio do mato. Não tem absolutamente nada em volta a não ser esta tal desta parada. Que também é muito deserta, mas ao contrário do restante é a saída para uma favela.
Por sorte, um micro-ônibus alucinado fez um "U" em manobras na nossa frente - claro que quase nos atropelou - e nós aproveitamos para subir e sumir daquele lugar o mais rápido possível.
Apesar de não ter perguntado nada, posso dizer com certeza que minhas companheiras concordam que a descida do morro foi "com emoção". Curvas e precipícios aproximados na mais alta velocidade, chacoalhando de lá para cá, sem cinto de segurança.
Mas chegamos ao nosso destino ilesas. E fomos dar uma voltinha, ver as casinhas de Santa Teresa e tentar achar um restaurante - esta última, tarefa impossível num sábado à tarde.
Então, corremos para o ponto do bonde, onde esperamos mais uma horinha.
Finalmente nosso transporte chegou, nos pegou e nos levou pelo bairro até atravessar os arcos da Lapa por cima e nos deixar no centro.
Lá, fomos ver a Biblioteca Nacional, o Teatro Municipal e todos os prédios tracionais da praça da Cinelândia, de onde pegamos o metrô para Copacabana.
Por fim, chegou a hora de aproveitar a renovação dos quiosques do calçadão de Copacabana para comermos algo.
E admirar a Lua.
Depois disso tudo, não preciso nem dizer que voltamos correndo para casa para tomar um banho e tirar toda a poeira, a areia e a sujeira da aventura deste sábado de aleluia.

sábado, 15 de março de 2008

Let it go


Today, I had to go to a place where I didn't really want to go. It was a trip through memory lane. A necessary voyage beneath clothes and photos and gadgets and souvenirs of the one I lost.
If you haven't done it once, I tell you, you're bound to do it someday.
It's one hell of a trip. Difficult, winding, complicated, confused.
You start by seeing, then touching, smelling, hearing and finally thinking.
The hardest one is obviously the last one, cause it brings back all the others at the same time gathered with the thoughts triggered by the senses.
And all of a suden, you're not where you are anymore. You're somewhere else. With someone else.
And for a split second, you are living a different life. But reality strikes. And all you can do is remember. And think. And cry.
I miss so many things and so many people. I know they'll never come back. Either because they're just too far away or too far gone.
I guess I like to travel a lot, but I really don't enjoy much when other people go. Once again, I come to the conclusion that we're here to learn to let go. So there you go.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Fila de aviões


Olhamos no relógio. Faltam 40 minutos e ainda estamos esperando o táxi. Vamos perder o vôo. Mesmo estando perto do aeroporto. Mesmo já tendo feito o check in.
Two out of Three desesperados.
Chegamos e fomos correndo despachar as enormes malas.
A atendente não tinha pressa alguma, porque obviamente, o vôo estava atrasado.Já era de se esperar. Estamos no Brasil e por mais que não se fale mais tanto da crise aérea, ela continua.
Uma hora é culpa das companhias, outra do governo. Mas não importa mesmo de quem é a culpa. O que importa é que quem paga, de onde vierem os problemas, é sempre o passageiro.
Entramos e saímos da sala da embarque. Procuramos um lugar para comer. Reformas. Atrasos. Horário de pico. Tudo ao mesmo tempo agora. Aeroporto lotado era sinônimo de filas enormes para qualquer coisa.
É chegada a hora de embarcar. Finalmente. Mas vamos com calma. Será mesmo? Pra que correr? Eles já nos fizeram esperar tanto!
Dentro do avião, mais um tempo de espera. "Estamos aguardando o seqüenciamento da pista."
Nos movemos. Andamos um pouquinho. Páramos um pouquinho.
Esperamos o primeiro avião levantar vôo. Que sorte dele! Primeiro da fila.
E lá vai o segundo. E o terceiro. Quarto e quinto. Passa o tempo e não sobe nenhum outro. Ao invés disso, pousa um e mais um.
E nós continuamos na fila. Esperando. Mas já quase na cabeceira da pista.
Mais um avião faz a curva e levanta vôo.
É a nossa vez. Enquanto fazemos a curva, aproveito para admirar um espetáculo que está se tornando muito comum: mais seis aviões aguardavam em fila, com as luzes acesas.
Na escuridão da noite na pista, já longe das salas do aeroporto, um milhão de luzinhas brilhando, delimitando vagamente o formato dos aviões, un maiores, outros pequenos.
Impressionante. Enorme. São poucos segundos.
Turbinas ligadas, aceleração iniciada, atenção para a decolagem!

segunda-feira, 10 de março de 2008

When I'm sixty-four

Beatles
When I get older losing my hair
many years from now
will you still be sending me a valentine
birthday greeting, bottle of wine
If I'd been out till quarter to three
would you lock the door
Will you still need me
Will you still feed me
When I'm sixty-four

You'll be older too
And if you say the word
I could stay with you

I could be handy mending a fuse
when your light have gone
You can knit a sweater by the fireside
Sunday mornings, go for a ride
Doing the garden, digging the weeds
Who could ask for more
Will you still need me
Will you still feed me
When I'm sixty-four

Every summer we can rent a cottage on the
Isle of Wight, if it's not too dear
We shall scrimp and save
Grandchildren on your knee
Vera, Chuck, and Dave

Send me a postcard, drop me a line
stating point of view
indicate precisely what you mean to say
yours sincerely wasting away
Give me your answer fill in a form
mine forever more
Will you still need me
Will you still feed me
When I'm sixty-four

domingo, 2 de março de 2008

O melhor domingo


Domingo é um dia horrível, muito próximo à segunda-feira. Todo mundo já está de mau-humor, a semana vai começar e ninguém está com pique de nada.
Parece que o dia vai se arrastando. A ressaca do dia anterior não deixa o corpo em paz. A televisão é programada para transmitir as piores emissões já realizadas.
Mas se em geral, domingos são sempre os ruins, houve um domingo que me surpreendeu.
Um 29 de fevereiro, quatro anos atras. Um domingo que começou com sol, em Paris, no inverno.
Um domingo para aproveitar as ruas e os parques. Para desfilar com os casacos mais quentinhos e tomar uma taça de vinho tinto em boa companhia.
Um domingo para ultrapassar limites e vencer medos. Para conhecer e conversar; realizar o sonho e sonhar acordado. Para encontrar tudo aquilo que era esperado.
Para voltar a ser adolescente e viver sem conseqüências, mesmo que apenas enquanto durasse o dia. Un long dimanche de fiançailles.
E nem antes, nem depois existiu ou existirá um domingo como esse.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

The biggest day that does not exist


Depois de quatro anos, finalmente é o dia que não existe.
29 de fevereiro, dia que nada mais é do que a junção das seis horas que sobraram de cada um dos últimos quatro anos e acabaram se transformando em um dia para colocar as coisas em ordem.
Mas a última vez que este dia aconteceu, nada na minha vida foi colocado em ordem. Muito pelo contrário.
O dia começou numa balada doida na République, continuou com um sms straight to the point e se estendeu por mais dois dias.
Nesse dia, que não existe e que durou mais ou menos 72 horas, give or take conheci um outro lado de Paris. Fui a lugares que nunca havia conhecido e outros, por onde já havia passado, tomaram uma outra cor, tinham outro cheiro.
O Bois de Boulogne, por exemplo, assim, no fim do inverno, não tinha nada verde. Estava com árvores sem folhas, com pouco movimento, mas num banquinho pelo caminho ainda era possível se aquecer com o último raio de sol do dia. Um dos primeiros dias com sol daquele inverno.
Já a Rue Oberkampf estava clara enquanto a noite caia, por conta dos luminosos dos bares e restaurantes. Mas o canto do Mecano, perto do vidro, mas ainda assim, ligeiramente privet estava escuro o suficiente para esconder o que não deveria ser mostrado.
E de lá, a linha dois e a linha seis do metrô foram testemunhas.
La Seine também poderia contar as novidades assim como o meu jardim preferido: o Luxembourg, o cinema do Odéon, a Torre Eiffel, a Place de Clichy, o Moulin Rouge, a Avenue des Champs Elisées, Montmartre...
Descobri que é possível voltar no tempo, sentir coisas que às vezes estão esquecidas tão longe. Mas que podem ser boas. E podem ser ruins.
Com o tempo, o dia acabou, mas ainda existe a cada quatro anos. Depois disso, Paris se tornou uma aliada, que escondia os amores proibidos. It was so much fun! I miss that!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Porque alguns dias se tornam mais importantes do que outros


Onde você estava em 27 de fevereiro de 1978? E 1988? Se lembra de 1998? Eu não tenho memória de nenhum deles. Mas lemmbro muito bem de tudo o que aconteceu neste dia em 2004.
Lembro que quando este dia começou, eu estava no O´Neil, na Rue de Canettes, em Paris, sentada no balcão, com dois holandeses, comemorando o aniversário de um deles.
Bebemos até o bar fechar e fomos cada um para sua casa, mas eu e o aniversariante já não queríamos nos deixar mais

Parting is such sweet sorrow that I shall say good night till it be morrow

SCENE II - Capulet's orchard, Romeo and Juliet by William Shakespeare

Algumas horas de sono foram atrapalhadas por um livro esquecido, de onde a liçao de casa de francês do último dia de aula deveria ser feita. Boa desculpa para um encontro algumas horas mais cedo.
Aproveitamos para aprender, na aula, o Parabéns a você em francês. O nosso tradicional vinho do happy hour não pode faltar. Mas como o dia era especial, saímos todos para dançar mais tarde.

And butterflies took over my stomack . And not only mine!

Este foi o pricípio de tudo. O príncipio da ascensão e da queda. Inesquecível.
Hoje de manhã, quando acordei, não sabia mais que dia era hoje. De repente, num estalo, a memória voltou.
Acho que é a primeira vez desde então que eu passo este dia longe de casa de novo. Talvez seja isso. Ou talvez seja uma boa memória para curar todos os males que 2008 reservou para mim. Sei lá.

C´est une partie de l´histoire de ma vie.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Fool On The Hill

Beatles
Day after day, alone on the hill,
The man with the foolish grin is keeping perfectly still.
But nobody wants to know him,
They can see that he's just a fool.
And he never gives an answer.

But the fool on the hill,
Sees the sun going down.
And the eyes in his head,
See the world spinning around.

Well on his way, his head in a cloud,
The man of a thousand voices, talking perfectly loud.
But nobody ever hears him,
Or the sound he appears to make.
And he never seems to notice.

But the fool on the hill,
Sees the sun going down.
And the eyes in his head,
See the world spinning around.

And nobody seems to like him,
They can tell what he wants to do.
And he never shows his feelings,

But the fool on the hill,
Sees the sun going down.
And the eyes in his head,
See the world spinning around.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Tudo aquilo que não deixamos para amanhã


Sempre achamos que amanhã teremos tempo de fazer o que temos preguiça de fazer hoje. Que está tudo certinho, correndo na direção que esperamos e que como hoje não estamos afim de fazer nada, quem sabe amanhã acordamos mais inspirados.
Mas a verdade é que ninguém sabe o que será o amanhã, se estaremos aqui, alí ou acolá, se teremos tempo para realizar todos os planos que fizemos e por isso, eu quero dizer CARPE DIEM.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Viagens necessárias


Não tem o que fazer. Algumas vezes, planejamos tanto, tantas coisas, inclusive viagens e o que acontece é que levamos uma rasteira da vida e temos que mudar nosso itinerário.
Temos que aprender a nos adaptar às condições que nos são apresentadas. Se não era para aproveitar a praia, nem o carnaval, nem o meu aniversário, então não era.
Se era preciso sair da ilha, pegar um barco, um carro, um ônibus, um táxi e um avião para passar dias esperando possibilidades e probabilidades, então assim foi, e assim é.
Quando a viagem se transforma em sair do hotel para o hospital duas vezes por dia e voltar, esperando que o dia seguinte traga notícias melhores, é um bom momento para repensar o que fazemos aqui, se estamos aproveitando cada minuto da melhor maneira possível, junto às pessoas que queremos; se estamos fazendo da vida o máximo que podemos.
A vida é assim. Hoje, estamos aqui, tomando un verre, conversando e sorrindo e amanhã não sabemos.
Podemos estar desacordados, entubados, com uma doença rara e agressiva, recebendo todo o estoque de medicamentos da UTI na veia. Desta forma passam-se os dias.
E pouco a pouco, hora a hora, um novo fator se apresenta e a esperança de quem não acredita em nada cresce, mesmo se as expectativas são muito baixas.
E agora, o que fazer? Crer ou não crer? Quem será que tem razão? Será que se pode falar em razão numa hora dessas?

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

In the fashion world


Minha última viagem foi dentro da cidade mesmo, mas foi para outro mundo. Um mundo onde as coisas funcionam de maneira completamente diferente. É o mundo fashion.
Onde todas as mulheres são gatas, acho que porque é mais fácil do que tentar lembrar o nome de todo mundo; onde o mais importante é o quão social você consegue ser usando suas características particulares, sejam elas físicas, de escolha de roupas, de trabalho ou de pessoas que você conhece.
Para entrar neste mundo, é preciso aprender novas gírias, as formas certas de falar as coisas, e como se comportar em cada ocasião.
Por mais que eu ache particularmente fácil me adaptar em quase qualquer lugar, já aviso: as regras não são tão fáceis de serem aprendidas.
Tem que olhar tudo com muita naturalidade, como se nada estivesse acontecendo a sua volta, mesmo se três homens vestidos de girafas estiverem passeando pelos corredores, pedindo beijos e abraços para as meninas ou qualquer outra coisa bizarra estiver acontecendo em alguma outra parte. E às vezes, é difícil segurar o olhar curioso ou de estranhamento, até porque tudo acontece num piscar de olhos e começa e acaba quando menos se espera. E para quem não pertence a essa realidade é como ser mergulhado numa lata de verniz, e logo em seguida numa lata de removedor.
É assim. Sempre, mesmo sem mudar de cidade, mesmo sem mudar de bairro, ainda temos que nos adaptar dia após dia, só porque mudamos de lugar.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Liberdade Absoluta


La Liberté de l'homme, c'est l'innocence.
Alcuin de York 730 - 804(?)

Não quero entrar em nenhuma grande discussão filosófica ou política a respeito do que é liberdade. Na verdade, quero contar uma história.
Uma história de um viajante, gringo, que está vivendo um momento de liberdade absoluta.
Mas isso porque ele está enfrentando a situação de uma maneira que o deixa assim, completamente livre.
Esse viajante começou sua jornada partindo da Europa em direção a America, deixando seu apartamento no centro de Amsterdam para conhecer um pouco do continente onde nasceu e viveu até os seis anos.
Começou pelo Brasil, onde passou pelo nordeste e aproveitou a virada do ano. Logo nos primeiros dias do ano, uma menina que estava no mesmo alberque que ele recebeu um telefonema dizendo que as coisas que ela havia deixado armazenadas num depósito na Holanda não existiam mais por conta de um incêndio.
Por aquelas coincidências do destino, o viajante sobre quem se trata esta história estava ao lado da referida menina quando a mesma recebeu a notícia.
E por uma coincidência ainda maior, o depósito em questão também fora utilizado pelo amigo viajante antes do início de sua jornada.
Resumo da ópera: absolutamente tudo o que ele possuía, a parte a mochila que ele carrega para sua viagem de nove meses, pegou fogo.
Todas as memórias, tudo de valor material que ele tinha não exitem mais. Desde aquele exato momento, esse viajante é não tem mais nada que o conecte fisicamente a lugar algum. Mais ou menos como uma tartaruga ou um caracol, que carrega a casa nas costas.
Mas não se enganem - ele protege sua mochila com unhas e dentes.
"That´s all I have left now. Well, that and the memories in my mind" - his own words.
Mas isso parecia não incomodá-lo muito. Pelo contrário.
Claro que ele se chateou com a perda, mas, bom, o que passou, passou e não há nada que possa ser feito a respeito.
Então, daqui para frente o que este amigo instantâneo está fazendo não é mais viajar. Ele está procurando um lugar para começar algo novo. Não sabe se volta para a Holanda. Não decidiu nada.
O mundo é muito grande e está de portas abertas para que ele possa escolher - ou não - um lugar para ficar. E até que ele, por opção, volte a se enlaçar em algum tipo de rotina, por mais louca que seja, ele experimenta um momento de liberdade absoluta. E de descompromisso com qualquer tipo de planejamento.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

The best for last


Fui para a Argentina para o aniversário de um amigo. Certamente comemoramos muito, talvez, mais do que deveríamos e menos do que gostaríamos.
Éramos um grupo enorme, num albergue cheio de gente, de forma que o grupo se tornava cada vez maior, com inclusões e exclusões diárias.
E viajando com um grupo grande assim, com tanta gente e tantas culturas diferentes e idéias diversas sobre educação, limite e vida, posso dizer que os primeiros dias foram bem complicados.
Não tiro a minha responsabidade neste processo de adaptação, até porque viajar com esse grupo não era a única coisa que acontecia na minha vida naquele momento.
Mas preciso dizer que por mais legais que todas as pessoas fossem e por mais que eu goste de conhecer gente e falar - quem me conhece sabe bem - eu vivo melhor em climas mais intimistas.
Sozinha, com mais uma pessoa ou com um pequeno grupo. Não mais do que isso.
Me angustia ter que me preocupar se estão todos bem, se todo mundo saiu da lojinha para continuar a caminhada, se não esquecemos de ninguém e essas outras coisas sobre as quais é preciso pensar quando se é responsável pela organização de alguma coisa.
Todo esse nariz de cera (nariz de cera: gíria jornalística para blá blá blá de introdução sobre um assunto no começo de um texto) serve para chegar aos últimos dois dias que tive em Buenos Aires.
Passei esse tempo mudandando de companhia, de outros viajantes sozinhos para no máximo duplas e foram dias fantásticos. Sem muito com o que me preocupar. A única coisa que não pude fazer foi ir ao meu jardim de rosas.
Mas, em compensação, conheci pessoas maravilhosas com quem terei sorte de manter contato por muito tempo e mais ainda, reencontrá-las em alguma outra parte do mundo!
Fiquei sem dormir para poder aproveitar cada segundo, caminhei o tempo todo, saí, vi o sol e a lua e a noite e o poente e a alvorada, tudo isso em muito boa companhia.
Vi as ruas que respiram tango e os clubes onde se dança salsa até o sol nascer. E só deixei tudo isso porque uma nova viagem estava me esperando. Mas falo dela depois.

sábado, 12 de janeiro de 2008

El dia que me quieras


El día que me quieras
endulzarán sus cuerdas
el pájaro cantor.
Florecerá la vida,
no existirá el dolor.

La noche que me quieras
desde el azul del cielo,
las estrellas celosas
nos mirarán pasar.
Y un rayo misterioso
hará nido en tu pelo.
Luciérnaga curiosa que verás
que eres mi consuelo.

Una cosa loca! Assim é a Argentina em geral e Buenos Aires em particular. Não dá para discutir futebol, nem churrasco. Porque, eu, particularmente, prefiro os cortes e o futebol brasileiro e acho que os argentinos são um pouco arrogantes demais quando se trata de um desses assuntos.
Mas, digamos assim, o marketing mundial deles ultrapassa o nível do nosso a perder de vista, tanto que, por exemplo, um dos restaurantes mais caros de carne de Buenos Aires é de um brasileiro, é overpriced e cheio de brasucas comendo lá.
Por mais que o Pelé seja o jogador do século, seria impossível comparar o carisma dele com o do Maradona. O homem faz e desfaz, pula em cima da cabeça de todo mundo, mas é o esportista mais amado do mundo. Não tem igual. Até na Itália.
Melhor então é tentar escolher entre a lascívia do samba e a carnalidade do tango. Acho que os brasileiros, nesto ponto, são muito mais diretos ao ponto. E os argentinos ainda mantém o oldfashion cavalheirismo. Pelo menos na dança.
A parte julgamentos, comparações e preconceitos, aproveito esse meu blog para dizer que Buenos Aires é uma das cidades mais lindas que eu conheço e que sempre vale a pena visitá-la.
Aqui, o argentinos são mesmo uns doces de pessoas, tratam todo mundo muito bem e quem vem não quer ir embora.
A maior briga é tentar adiar a passagem de volta, para aproveitar mais uns diazinhos, dar uma última passeadinha no Puerto Madero, ver a Casa Rosada mais uma vez, descansar em um dos parques de Palermo ou assistir aos casais de milongueiros nas ruas de San Telmo.
Quem acerta a data, aproveita para assistir ao clássico Boca x River na Bombonera.
Ainda tenho quatro dias aqui, e não fui ao meu lugar favorito. Estou guardando para um dia especial. O meu jardim de rosas.
Por outro lado, já me encontrei com as mães que tiveram seus filhos desaparecidos durante a ditadura e que todas as semanas ainda vão para a frente da Casa Rosada pedir para que as ajudem a encontrá-los, já almocei e já jantei em Puerto Madero, já dei um pulinho em San Telmo, e de resto tenho usado meu tempo aqui para descansar e caminhar ao léu.
Quantas vezes temos chance de fazer isso? Andar pela rua prestando atenção nas outras pessoas, em como elas andam, se estão tirando meleca do nariz, ou coçando a orelha, se estão sérias, sorrindo ou chorando. Esta é a minha chance. Just observing.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

domingo, 6 de janeiro de 2008

Superstições de ano novo



Espero que o ano novo de todo mundo tenha sido fantástico, que todo mundo tenha visto fogos maravilhosos, tomado muita champagne se divertido muito!
Passado com as pessoas que gosta num lugar lindo!
Comigo, posso dizer que as coisas não foram bem assim. Mas já me distanciei o suficiente, pelo menos para falar a respeito - sim, porque agora posso até falar!!!
Meu ano novo começou com contagem regressiva, numa casa maravilhosa, entre duas praias lindas, assistindo ao show de fogos e estourando Champagne Francesa.
Fiquei dançando por duas horas, com mais umas 30 pessoas que também comemoravam a virada do ano até que em certo momento um passo em falso levou meu rosto e mais especificamente a minha boca diretamente ao chão.
Digamos que uma dor enorme se abateu sobre mim. Definitivamente não se trata de um bom jeito de começar o ano. Com os lábios da Angelina Jolie, depois da alergia ao camarão, ou coisa parecida.
Minha noite acabou ali. E ainda tomou uma parte da noite de alguns amigos e do meu irmão a quem eu agradeço muito por terem tomado conta de mim.
O resto do pessoal, continuou até as 10h da manhã do dia seguinte. Alguns poucos, até mais.
Ainda estou com o roxinho no queixo e os machucados na boca. Mas a dor já é bem menor do que aquela que me acompanhou logo que acordei e comecei as rever as fotos que havia tirado na viagem.
Sem ainda perceber que não se tratava apenas de um acidente, mas sim de uma nuvem negra de azar, resolvi apagar aquelas fotos que sairam sem nada. Sem querer, acabei apagando todas as fotos do cartão.
Mas é claro, isso não seria suficiente. Imaginando que alguma coisa não estava muito bem, corri até a praia e fui pular minhas sete ondinhas. Me concentrei, e as pulei. Respirei fundo e pensei, agora estou pronta para começar o ano.
Não era verdade. Na saída da praia, consegui chutar muito forte uma pedra que estava escondida pela areia.
Voltei correndo para casa e fiquei deitada no sofá, assistindo televisão até que finalmente chegasse a meia-noite.
Depois disso, todas as pessoas que conheci me desejaram sorte, mesmo um irlandês disse que era um Leprechaun desfarçado.
Por enquanto, não aconteceu mais nada, mas continuo procurando figas, pés de coelho, ferraduras e o que mais puder me proteger, porque ainda tenho muitos lugares para ir este ano.