quarta-feira, 31 de outubro de 2007

All Hallow's Evening


Hoje é dia das Bruxas. Diz-se que o Halloween foi iniciado na Irlanda e na Escócia, pelos ceutas e druidas.
Na verdade, tudo começou porque os druidas acreditavam que este é o dia em que os espíritos de todos os tipos estão mais próximos; a linha de separação dos mundos está mais estreita e a comunicação entre eles é mais fácil.
Halloween is a contraction of its original name, All Hallow's Evening. In other words, it is the day before All Hallow's Day, now commonly called the Feast of All Saints, November 1st. The eve before, the unclean spirits presumably attempted to get a head start over the saints.
Tradições são fantásticas! Eu não acredito em nada, nada mesmo, mas adoro descobrir o que existe por trás das coisas. Sou uma curiosa infinita.
Existem tantas explicações concretas para cada uma das cerimônias, tantos motivos reais para justificar regras que às vezes parecem absurdas!
Y Yo no creo en las brujas, pero que las hay, las hay!

domingo, 28 de outubro de 2007

Viagens pela sétima arte


Na onda da 31a Mostra Internacional de São Paulo, vou falar de uma das minhas grandes paixões: o cinema. Já mencionei antes que gosto mesmo de viajar com tempo para conhecer os lugares com calma. Assim, tive muito tempo de ir ao cinema e alugar filmes e comprar DVDs para assistir durante meu tempo fora.
E alguns filmes, é claro, marcaram as minhas viagens. Talvez não sejam as melhores lembranças, mas voilà.
Eternal sunshine of the spotless mind eu deveria ter visto na Holanda, mas como era com o Jim Carey, achei que não tinha nada a ver ir assistir na última sexta-feira que eu tinha junto com meu namorado. Ledo engano. Deveria ter ido com ele. Quando cheguei a Paris, uns amigos me convidaram para assistir. Não conseguia parar de chorar. Tive que ir ao cinema assisti-lo de novo depois. Porque o filme é maravilhoso.
Outro filme que vi várias vezes no cinema foi Love, Actually. Em Milão, rodei a cidade atrás dos cinemas e dias em que o filme estava em cartaz em língua original. A grande vantagem desses filmes em língua original é que eles não fazem a paradinha "banheiro-cigarro-refil de pipoca" bem no meio do filme. Nos filmes dublados em italiano, sempre tem a pausa.
Falando nisso, Spiderman foi o primeiro filme que assisti em versão italiana. L'uomo ragno. A pausa no meio da apresentação, para mim, foi muito engraçada.
Em casa, assisti dois filmes em DVD: Le fabuleux destin d'Amelie Poulin e Apocalypse now redux, ambos com legenda em italiano. Do primeiro, acabei fazendo sessões na minha casa de Paris, no ano seguinte, depois de fazer o roteiro Amelie por Montmartre - e descobri que eu já tinha sido vizinha dela! O segundo é, sem dúvida, um dos melhores filmes ever made.
A minha vida em Milão foi muito parecida com L'auberge espagnole, filme que vi em italiano com a minha coinquilina alemã. Tínhamos na parede da cozinha um papel como no filme, por causa do filme, em várias línguas com a frase: "Fulano não está. Poderia ligar mais tarde, por favor?" Tínhamos em inglês, italiano, português, alemão, polonês, francês, suéco, basco, espanhol e argentino (que era bem diferente de espanhol).
Lembro de ter assistido Catch me if you can no dia do meu aniversário. Sorte ter caído numa segunda-feira, que era o dia da língua original no cinema do Duomo.
Outro filme que marcou minhas viagens foi Abril Despedaçado, que eu vi em Paris, na páscoa, com uma amiga. Lembro exatamente de nós duas saíndo do cinema no Odeon. "Este filme é maravilhoso!" Na Champs Elisées, fui assistir Big Fish, mas não consegui. A sala de cinema estava vazia e um cara mala veio sentar do meu lado. Sei lá porque, na hora, não mudei de lugar e o cara ficou puxando papo comigo enquanto eu dizia que não queria conversar, queria assistir ao filme. Foi uma chatisse! E tive que assistir ao filme de novo.
Along came Polly é outro filme que eu assisti duas vezes, mas a segunda foi com o meu namorado na época e um amigo dele que não podia saber que estávamos juntos. O escurinho do cinema, o proibido, a mão que encosta na outra sem querer. É divertidíssimo. Aconselho a experiência!
Os Godfather me foram apresentados também em Paris, em sequência. Um dia todo para ver um seguido do outro.
Na Florida, nos dias de muito calor, em que eu tinha preguiça de fazer qualquer coisa, a não ser ficar em casa no ar condicionado, dois filmes me surpreenderam: A love song for Bobby Long, um filme independente, com John Travolta e Scarlet Johanson e o pitel do Gabriel Macht e Before sunset, que é a segunda parte do Before Sunrise e se passa em Paris! Too many mamories!
New York. Quantos filmes já foram gravados alí? Eu e minha flatmate fizemos o roteiro do You've got mail, depois, é claro de assistir ao filme umas mil vezes. Pegamos o Ferry para Staten Island por causa do How to lose a guy in ten days.O último filme que marcou uma viagem foi Paris, je t'aime. Assisti em Paris e tive a chance de procurar cada cantinho, de explorar cada parte que aparece no filme. As histórias são tão lindas! E os lugares me parecem tão próximos dos que eu passei, dos que eu vivi.
E é assim que os filmes acabam fazendo parte da vida.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

In Vino Veritas


Uma das melhores coisas para se fazer em Paris é tomar vinho nos parques, jardins, pontes, ilhas e à beira do Sena. Por si só, a cidade já é linda, mas certamente o vinho a transforma no lugar mais espetacular do mundo.
E é assim, num fim de tarde, logo após o almoço, depois do jantar sempre existe alguém fazendo um picnic. Às vezes tem também alguma coisinha para beliscar, uns salgadinhos. Mas em geral, o vinho já é o companheiro perfeito. Inclusive, lembrei de uma frase no blog Aguce, de uma amiga.
Mas voltando à França, estamos falando de vinho nacional comprado em qualquer mercadinho por uma merreca, mas bom, sem deixar com dor de cabeça ou ressaca no dia seguinte. Meu preferido é sempre o Bordeaux, o mais seco possível, não importa a temperatura ou o acompanhamento.
Então, decidi fazer o top ten de lugares e horários para tomar vinho em Paris, caso alguém precise de umas dicas. Mas não pense que você será o único a tomar vinho por esses lugares nesses horários. A vantagem é que quando você esquece seu saca-rolhas, sempre tem alguém na área para ajudar, s'il te plaît! Aí vai a lista:

10 - Bois de Boulogne, na hora do almoço

09 - Buttes Chaumont, no final da tarde
08 - Bois de Vincennes, aos domingos, quando tem shows de jazz

07 - Place des Vosges, a tarde

06 - Jardin du Luxembourg, enquanto brilhar o sol
05 - Pont des Arts, no começo da noite

04 - Square du Vert-Galant, anoitecendo

03 - Quai da Île Saint Louis, a qualquer hora

02 - Escadarias de Montmartre, de madrugada
01 - Champs de Mars , durante todo o dia, mas especialmente à noite, com a Torre Eiffel brilhando de hora em hora.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

I Still Haven't Found What I'm Looking For

U2
I have climbed the highest mountains
I have run through the fields
Only to be with you
Only to be with you

I have run I have crawled
I have scaled
these city walls
these city walls
Only to be with you
But I still haven't found
What I'm looking for
But I still haven't found
What I'm looking for

I have kissed honey lips
Felt the healing in her fingertips
It burned like fire
This burning desire

I have spoke with the tongue of angels
I have held the hand of the devil
It was warm in the night
I was cold as a stone
But I still haven't found
What I'm looking for
But I still haven't found
What I'm looking for

I believe in the Kingdom Come
Then all the colours will
bleed into one
bleed into one
But yes I'm still running

You broke the bonds and you loosed the chains
You carried the cross
And my shame
And my shame
You know I believe it
But I still haven't found
What I'm looking for
But I still haven't found
What I'm looking for

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Fristaden Christiania


Nas minhas memórias, certamente Copenhagen tem um espaço importante. É claro que não como Paris ou Amsterdam, mas é um lugar especial. Cheia de água por todos os lados.
A estátua da Pequena Sereia da história de Hans Christian Andersen no Øresund, que por sinal, de vez em sempre não está por lá, porque é constantemente vandalizada. Inclusive quando eu fui, a haviam explodido da pedra e de acordo com o marinheiro do barco que peguei, os salva-vidas estavam tentando resgatá-la do fundo do mar.
O clima monárquico é envolvente. Tudo é tão lindo! As pessoas são simpáticas. Des bonnes memoires!
Fiquei na casa de um amigo quando fui para lá, ele e os amigos fizeram um prato típico dinamarquês para mim.
Depois a mãe dele me convidou para jantar na casa dela um outro dia. Também fez questão de me levar para passear na cidade enquanto meu amigo trabalhava. (Nos encontramos de novo em Paris no ano passado.)
Fomos para o centro de Copenhagen na parte da tarde e caminhando acabamos chegando num lugar com uma entrada e a seguinte frase:

You're leaving the European Community and entering the free state of Chistiania.

Que lugar era aquele? Um estado livre, no meio de uma cidade? Que loucura!

A Cidade Livre de Christiania é uma comunidade independente e autogestora, semi-legal criada em 1971, por hippies, anarquistas, artistas e músicos em Copenhagen.
fonte: Wikipedia


Entrei no lugar, com a mãe do meu amigo, e começamos a passear, olhar os lugares, restaurantes, fomos tomar um café, comemos nozes carameladas, e passeamos pela feirinha hippie, onde além de havaianas caríssimas vendidas por um português, também oferecia maconha de todas as partes do planeta. De todas as cores, cheiros e formas. E acessórios para a utilização de qualquer outro narcótico. É impressionante!
Amo Amsterdam, mas nada se compara a Christiania. E olha que eu nem uso nada, então, pra mim, isso não vale nada. É a liberdade que me chama. Não quero fazer, quero saber que eu posso fazer.
A mãe do meu amigo me perguntou se fiquei impressionada de ver tantas drogas, assim à disposição, mas a única coisa que pensei naquele momento foi que lá não existia tráfico. Fantástico!
Já se vão alguns anos que eu fui parar lá e nesse meio tempo já reencontrei meu amigo e conheci outros dinamarqueses. As notícias que tenho de Christiania é que o lugar está sendo controlado, porque a violência aumentou e o ideal do lugar tem diminuido. Isso me entristece muito, mas c'est la vie! Se alguém tiver notícias de lá, por favor, informações são bem vindas!

terça-feira, 23 de outubro de 2007

The long and winding road


Não é novidade para ninguém que eu amo viajar. Mas tem vezes que, vou te contar!
Qual foi a viagem mais longa que você já fez na vida? Eu já fiz algumas. Umas porque realmente o tempo era realmente utilizado para a conclusão da viagem e outras só porque parece que o tempo não passa.
Eu diria que o maior tempo que eu passei viajando seguido foi em 1995, num ônibus da rodoviária do Tietê para a capital das Alagoas. A viagem que tomaria apenas 40 horas da minha vida acabou levando umas horas de bônus. Não tinha ônibus leito, então fomos de convencional mesmo. Que loucura!
Uma parada a cada duas horas. Primeira manhã, aquela gente toda fazendo fila para tomar banho no banheiro de uma rodoviária em uma das cidades no caminho, as baratas passando nas quinas das paredes e eu sobrevivendo de salgadinhos daqueles que vêm lacrados e refrigerante com canudinho. Para escovar os dentes, só água mineral, na garrafinha mesmo. Confesso que fiquei mesmo sem tomar banho durante a viagem.
Na noite seguinte, o ônibus quebrou. Se não me engano, estávamos em algum lugar no interior da Bahia. E dessa parte eu lembro bem. Nós, sentados em cima das malas, junto com todo mundo, esperando para ver que solução eles dariam ao problema.
Depois de seis horas, chegou um novo ônibus - aparentemente a situação foi complicada mesmo - e logo reembarcamos, para continuar nossa jornada.
Em algum lugar de Sergipe, com o sol a pino, numa parada no meio da estrada entou o vendedor de jaca e doce de jaca. Nossa, já não bastava o enjôo de comer salgadinho durante toda a viagem, o homem entra no ônibus com meia jaca. Uma jaca aberta! Quem conhece o cheiro de jaca pode bem imaginar o que era aquilo, dentro do ônibus em que as pessoas estavam viajando há mais de um dia e meio, o sol fritando e o cheiro se espalhando.
As últimas horas foram difíceis. O corpo cansado, o estômago virado e o calor insuportável não colaboraram muito. Mas finalmente chegamos. E depois de um bom banho, fomos dar uma olhada na praia ao lado.
E foi nesse momento que tudo valeu. Quando a brisa me trouxe o cheiro do mar.
Ás vezes a vida é assim. A gente pega o ônibus, tem que dormir na cadeira ruim, atrasa para chegar, promete para si mesmo que se tiver que ser assim, não será e basta um minuto para apagar todos os momentos ruins e deixar a gente no ar.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Time is on my side, yes it is


Viajar é bom demais! Mesmo que seja a trabalho. Mas melhor ainda é viajar para descansar e aproveitar. Não vejo a hora de ter dois dias seguidos de paz e calmaria. Não sem nada para fazer, porque o ócio é quase tão insuportável quanto o excesso.
O bom mesmo é ter tempo para fazer as coisas no seu ritmo. Conhecer os lugares com calma para ver cada coisa, pisar em cada centímetro do chão, viver um pouco a vida que as pessoas vivem no lugar.
Estar o máximo de tempo em cada lugar, para ver o que acontece, conhecer les entourages aprender a se virar sem precisar de mapa, saber que em todo último domingo do mês os museus são de graça...
É muito diferente do que ir viajar e simplesmente pegar o guia, abrir na página um e começar a segui-lo sem muito tempo para observar, entender, descobrir, saber se gosta ou não gosta.
Quais são as coisas mais importantes que você tem que ver em cada lugar? Depende. Quem é você? Do que você gosta? Por que você quer ver isso ou aquilo? Conheceu alguém que vive no lugar e é capaz de mostrar muito mais do que qualquer guia pode te informar? São perguntas às vezes mais relevantes do que o lugar onde você está.
Procure responder a essas perguntas antes de sair por aí. E tenho certeza de que as viagens serão muito mais bem aproveitadas com tempo!

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Edgar Allan Poe

Those who dream by day are cognizant of many things which escape those who dream only by night

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Tema e Variações

Manuel Bandeira

Sonhei ter sonhado
Que havia sonhado.
Em sonho lembrei-me
De um sonho passado:
O de ter sonhado
Que estava sonhando.
Sonhei ter sonhado...
Ter sonhado o quê?
Que havia sonhado
Estar com você.
Estar? Ter estado,
Que é tempo pasado.
Um sonho presente
Um dia sonhei.
Chorei de repente,
Pois vi, despertado,
Que tinha sonhado.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Open You Mind


Ser turista ou morar em outro país não é a mesma coisa que mudar de casa. É também se adaptar à cultura, vivenciar o novo, ver outras formas de fazer as mesmas coisas ou mesmo aprender novos hábitos.
Infelizmente, nem todos os aliens conseguem entrar neste nível de absorção da realidade que os envolve. E é aí que eu me pergunto: Pra que ir tão longe?
Uma vez, em Paris, no Quai andando em direção à Torre Eiffel, ouvimos o comentário mais estúpido possível:
"It´s so big! I never thought they could do something so huge!", uma das meninas de grupo de turistas americanas que caminhava logo em frente espantou-se. Eu e meu namorado na época queríamos nos atirar dentro do rio Sena. Só os americanos sabem fazer grandes coisas? Que vergonha ser turista naquele momento.
Depois, em Londres, enquanto tentava chegar no British Museum, sentada num daqueles ônibus vermelhinhos, me deparei com uma casal que perguntava ao motorista:
"Is this bus going to the British Museum?"
O problema nem foi só a pergunta em si, mas também a altura exagerada e a velocidade reduzida com que a mulher a fez. O marido disse baixinho à esposa:
"Darling, this bus IS going there, it´s written on top of the bus"
Mas ela continuava gritando, como se o motorista não entendesse inglês, afinal de contas, estávamos na Inglaterra e o fato de estar escrito no ônibus que um das paradas era o Museu, aparentemente não significava nada para ela.
Os americanos têm a fama de achar que todos os lugares tem que ser como os Estados Unidos e, ao mesmo tempo, subestimam os outros países.
Vale lembrar que eles não são os únicos. Os brasileiros que vão para os EUA tentar a vida jamais se deixam levar pela cultura americana. Muito pelo contrário. Ganham em dólar, é verdade, mas gastam uma fortuna para comprar, nos mercados brasileiros, o bom e velho (e caro e importado) arroz e feijão. Eu entendo que eles sintam vontade de comer aquela comidinha gostosa e que um dia ou outro façam uma loucura para matar as saudades, mas transformar o lugar onde estão num Mini-Brasil, já é demais!
Pior ainda, são os estrangeiros que vão aos países do antigo "3º Mundo" em busca de turismo sexual! Como se não bastasse o tráfico de mulheres e a imigração ilegal de prostitutas e travestis para os chamados países desenvolvidos, ainda vão à fonte buscar mais possibilidades?
O mundo está cada vez mais xenófobo e agressivo. Não é fácil!
A gente bem sabe que o relacionamento entre os seres humanos é complicado, ainda mais se existe uma barreira cultural, desrespeito e um cero sentimento de superioridade. É preciso muita calma e uma mente aberta.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

De repente


Sou daquelas pessoas que num momento está alí, à toa, e de repente, decide que vai para outro lugar. Há anos faço isso. Algumas pessoas têm certa dificuldade em entender a decisão repentina e outras simplesmente não concebem a falta de planejamento.
Seja lá como for, eu assumo aqui que tenho commitment issues.
Não porque eu não consiga me comprometer com as coisas, mas porque algumas vezes, quando a gente se compromete, acaba aparecendo alguma coisa mais interessante e não podemos nos descompromenter, ao menos se somos pessoas de palavra. Outras vezes, quem dá o cano é a outra parte comprometida, e aí, não tem solução. Detesto me sentir frustrada.
Por isso sou fã da última hora. Odeio esperar. Não gosto muito de planejar as coisas. Se elas têm que acontecer, acontecem. E foi assim que eu fui parar no Rio na semana passada, acabei num Maracanã lotado para ver o Fla X Flu, foi assim que fui para a Bélgica terminar um dos grandes amores da minha vida e foi assim até que eu vim ao mundo - nasci de oito meses, num sábado de carnaval, três dias depois de o médico ter dito que só nasceria dalí a um mês.
É quando a gente menos espera que o inesperado nos surpreende e nos faz viver momentos maravilhosos e aproveitar mais do que qualquer expectativa nos teria permitido.
Não deixe que suas próprias expectativas diminuam o prazer de nada. E viaje. Dentro ou fora de si mesmo, sem pensar, sem considerar os prós e os contras. Pelo menos uma vez na vida.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Amigos Instantâneos


Neste momento de cansaço absoluto, nada melhor do que saber que a qualquer momento eu posso ir à Paris e lá estará um dos meus amigos com quem menos falo quando não estou lá, mas que quero muito, mas muito bem. E sem medo nenhum, posso dizer que a recíproca é verdadeira. Ficamos dois anos sem um saber do outro e quando nos encontramos foi como se o tempo não tivesse passado.
Essas amizades malucas, a gente só faz mesmo quando está viajando. Acaba conhecendo pessoas tão especiais, se aproxima tanto delas, mas a convivência não ultrapassa alguns poucos dias. São os instant friends, como eu gosto de chamá-los. Na hora em que você está mais precisando de ajuda, eles aparecem, estão sempre lá. Transformam qualquer momento ruim numa diversão.
Passei por algumas experiências deste tipo, por exemplo, em Praga, onde cheguei super cansada, depois de mais de 12 horas de viagem (de porta a porta) e acabei fazendo amizade com quatro das pessoas mais fantásticas que já conheci na vida e que me arrancaram da fadiga e me levaram para comer comida típica Tcheca - que por sorte não encontramos e quem me conhece sabe bem o porquê - e me puseram a dançar numa discoteca de cinco andares às margens do rio Vltava por mais de 8h consecutivas. Depois disso, eu e os quatro ingleses ainda jogamos shithead no senado até sermos retirados pelo segurança, porque o lugar ia fechar.
Também aconteceu em Dublin, na época da Copa do Mundo, onde conheci um canadense, uma eslovaca e um francês e por três dias, eramos os melhores amigos, dançando ao som dos músicos que tocavam pelas ruas à noite, bebendo vinho, Guinness e tudo mais que a Irlanda oferece enquanto comemorávamos as vitórias do Brasil e da França (neste caso a comemoração era mais deles do que minha, claro).
Minha primeira vez em Oslo também foi maravilhosa por causa das pessoas que conheci a caminho do albergue onde eu fiquei, que por coincidência era o mesmo onde eles ficaram. Aprendi minha primeira palavra em Africaans, fiz muitos passeios que jamais teria descoberto se estivesse sozinha e, de lá, já programei uma visita aos meus novos amigos em Edimburgo, onde eles moravam na época.
A Sicilia, no sul da Itália também me reservou alguns amigos assim. Conheci um australiano recém-chegado com quem acabei passando a maior parte do meu tempo em Palermo - por sorte, porque já tinha conhecido uma mala sem alça inglesa, que estava no mesmo quarto que eu no albergue e não desgrudava! Depois disso, fui para Catania, para onde o australiano foi no dia seguinte e nos encontramos novamente.
Ainda nos juntamos a uma inglesa que era um docinho e que me prometeu custard quando eu fosse para Londres e uma dinamarquesa que falava mais rápido do que qualquer pessoa que eu conheço (isso mesmo Bix, eu entendo o que você diz, agora, ela...) Nós quatro acabamos juntos numa trattoria com telão, assistindo à final da Copa do Mundo de 2006 e claro, estávamos todos torcendo pela Azzurra!
A amiga instantânea mais recente que eu fiz foi uma francesa, que eu conheci na minha última noite de Buenos Aires. Passamos a noite toda conversando e até hoje, vira e mexe nos falamos por MSN. Na verdade, a chance de ela deixar de ser uma amiga instantânea é muito grande, porque ultimamente temos nos falado com freqüência, o que em teoria, a tornaria uma amiga que vive longe, como tantos amigos que tenho assim, mas com quem mantenho contato permanente.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Valentin Louis Georges Eugène Marcel Proust

À la recherche du temps perdu - La Prisonnière, 1923
Le seul véritable voyage, le seul bain de Jouvence, ce ne serait pas d'aller vers de nouveaux paysages, mais d'avoir d'autres yeux, de voir l'univers avec les yeux d'un autre, de cent autres, de voir les cent univers que chacun d'eux voit, que chacun d'eux est.