segunda-feira, 6 de abril de 2009

Farfalla Azzurra


Numa Ilha Grande, era uma vez uma trilha que levava a uma praia paradisíca. Na verdade, eram duas trilhas. Uma mais curta, menos protegida, mais íngreme. Outra mais plana, mais longa e cheia de árvores. E as duas terminavam na mesma praia. Mas cada uma numa ponta.
A mais curta sempre foi a preferida do grande público, talvez por pura economia de tempo.
E é por isso que eu sempre escolho a segunda. Porque está sempre vazia, porque não se caminha sob o sol e ainda existem algumas coisas particulares a ela que fazem valer a pena.
Vale, por exemplo, pela caminhada. Para quem vive sedentário é uma ótima chance de se movimentar. E não precisa ter um super preparo físico. Mas não é uma caminhada numa esteira de academia. É numa trilha com vegetação por todos os lados.
Já que está quase sempre sem gente, você tem tempo para pensar na vida, nas coisas, estar com você mesmo ou com a companhia que quiser. Mas não pense que só porque as pessoas não escolhem esta trilha, não tem ninguém por lá. A vida da Mata Atlântica é muito rica. Mas não só. Para aumentar o gostinho da aventura, ainda algum louca desvairado decidiu levar uns jacarés para uma propriedade de lá. Certo é, que até hoje, diz-se que só viram um, sem uma pata numa praia, nunca nesta trilha. Mas o perigo está informado nas placas.
O mais importante, com certeza, é uma amiga que eu fiz, que sempre aparece para me guiar no fim do caminho. Uma borboleta azul enorme que sempre me passa as últimas coordenadas para chegar à Lopes Mendes.
Muita gente disse que já viu esta borboleta, mas a verdade é que das últimas vezes que eu fui para lá, acabei pegando o caminha mais curto, um pouco contra a minha vontade. Mas a borboleta azul não deixou que eu perdesse meu rumo. Lá estava ela de novo. O que eu posso dizer, é que quando eu estou chegando perto da praia, seja por um lado ou por outro, a borboleta sempre vem dizer olá.

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