sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

The biggest day that does not exist


Depois de quatro anos, finalmente é o dia que não existe.
29 de fevereiro, dia que nada mais é do que a junção das seis horas que sobraram de cada um dos últimos quatro anos e acabaram se transformando em um dia para colocar as coisas em ordem.
Mas a última vez que este dia aconteceu, nada na minha vida foi colocado em ordem. Muito pelo contrário.
O dia começou numa balada doida na République, continuou com um sms straight to the point e se estendeu por mais dois dias.
Nesse dia, que não existe e que durou mais ou menos 72 horas, give or take conheci um outro lado de Paris. Fui a lugares que nunca havia conhecido e outros, por onde já havia passado, tomaram uma outra cor, tinham outro cheiro.
O Bois de Boulogne, por exemplo, assim, no fim do inverno, não tinha nada verde. Estava com árvores sem folhas, com pouco movimento, mas num banquinho pelo caminho ainda era possível se aquecer com o último raio de sol do dia. Um dos primeiros dias com sol daquele inverno.
Já a Rue Oberkampf estava clara enquanto a noite caia, por conta dos luminosos dos bares e restaurantes. Mas o canto do Mecano, perto do vidro, mas ainda assim, ligeiramente privet estava escuro o suficiente para esconder o que não deveria ser mostrado.
E de lá, a linha dois e a linha seis do metrô foram testemunhas.
La Seine também poderia contar as novidades assim como o meu jardim preferido: o Luxembourg, o cinema do Odéon, a Torre Eiffel, a Place de Clichy, o Moulin Rouge, a Avenue des Champs Elisées, Montmartre...
Descobri que é possível voltar no tempo, sentir coisas que às vezes estão esquecidas tão longe. Mas que podem ser boas. E podem ser ruins.
Com o tempo, o dia acabou, mas ainda existe a cada quatro anos. Depois disso, Paris se tornou uma aliada, que escondia os amores proibidos. It was so much fun! I miss that!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Porque alguns dias se tornam mais importantes do que outros


Onde você estava em 27 de fevereiro de 1978? E 1988? Se lembra de 1998? Eu não tenho memória de nenhum deles. Mas lemmbro muito bem de tudo o que aconteceu neste dia em 2004.
Lembro que quando este dia começou, eu estava no O´Neil, na Rue de Canettes, em Paris, sentada no balcão, com dois holandeses, comemorando o aniversário de um deles.
Bebemos até o bar fechar e fomos cada um para sua casa, mas eu e o aniversariante já não queríamos nos deixar mais

Parting is such sweet sorrow that I shall say good night till it be morrow

SCENE II - Capulet's orchard, Romeo and Juliet by William Shakespeare

Algumas horas de sono foram atrapalhadas por um livro esquecido, de onde a liçao de casa de francês do último dia de aula deveria ser feita. Boa desculpa para um encontro algumas horas mais cedo.
Aproveitamos para aprender, na aula, o Parabéns a você em francês. O nosso tradicional vinho do happy hour não pode faltar. Mas como o dia era especial, saímos todos para dançar mais tarde.

And butterflies took over my stomack . And not only mine!

Este foi o pricípio de tudo. O príncipio da ascensão e da queda. Inesquecível.
Hoje de manhã, quando acordei, não sabia mais que dia era hoje. De repente, num estalo, a memória voltou.
Acho que é a primeira vez desde então que eu passo este dia longe de casa de novo. Talvez seja isso. Ou talvez seja uma boa memória para curar todos os males que 2008 reservou para mim. Sei lá.

C´est une partie de l´histoire de ma vie.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Fool On The Hill

Beatles
Day after day, alone on the hill,
The man with the foolish grin is keeping perfectly still.
But nobody wants to know him,
They can see that he's just a fool.
And he never gives an answer.

But the fool on the hill,
Sees the sun going down.
And the eyes in his head,
See the world spinning around.

Well on his way, his head in a cloud,
The man of a thousand voices, talking perfectly loud.
But nobody ever hears him,
Or the sound he appears to make.
And he never seems to notice.

But the fool on the hill,
Sees the sun going down.
And the eyes in his head,
See the world spinning around.

And nobody seems to like him,
They can tell what he wants to do.
And he never shows his feelings,

But the fool on the hill,
Sees the sun going down.
And the eyes in his head,
See the world spinning around.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Tudo aquilo que não deixamos para amanhã


Sempre achamos que amanhã teremos tempo de fazer o que temos preguiça de fazer hoje. Que está tudo certinho, correndo na direção que esperamos e que como hoje não estamos afim de fazer nada, quem sabe amanhã acordamos mais inspirados.
Mas a verdade é que ninguém sabe o que será o amanhã, se estaremos aqui, alí ou acolá, se teremos tempo para realizar todos os planos que fizemos e por isso, eu quero dizer CARPE DIEM.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Viagens necessárias


Não tem o que fazer. Algumas vezes, planejamos tanto, tantas coisas, inclusive viagens e o que acontece é que levamos uma rasteira da vida e temos que mudar nosso itinerário.
Temos que aprender a nos adaptar às condições que nos são apresentadas. Se não era para aproveitar a praia, nem o carnaval, nem o meu aniversário, então não era.
Se era preciso sair da ilha, pegar um barco, um carro, um ônibus, um táxi e um avião para passar dias esperando possibilidades e probabilidades, então assim foi, e assim é.
Quando a viagem se transforma em sair do hotel para o hospital duas vezes por dia e voltar, esperando que o dia seguinte traga notícias melhores, é um bom momento para repensar o que fazemos aqui, se estamos aproveitando cada minuto da melhor maneira possível, junto às pessoas que queremos; se estamos fazendo da vida o máximo que podemos.
A vida é assim. Hoje, estamos aqui, tomando un verre, conversando e sorrindo e amanhã não sabemos.
Podemos estar desacordados, entubados, com uma doença rara e agressiva, recebendo todo o estoque de medicamentos da UTI na veia. Desta forma passam-se os dias.
E pouco a pouco, hora a hora, um novo fator se apresenta e a esperança de quem não acredita em nada cresce, mesmo se as expectativas são muito baixas.
E agora, o que fazer? Crer ou não crer? Quem será que tem razão? Será que se pode falar em razão numa hora dessas?